O Legado é de Ricardo Lopes e o presente é nosso. Para ter o prazer de olhá-lo, é preciso pagar e vale cada centavo pedido. És de fato um presente aos mossoroenses, à região Oeste do Rio Grande do Norte. Nesta obra, que chegou às bancas com a marca do Sarau das Letras, o autor dá um mergulho de 15 anos, no mínimo, no que existe de mais belo.
Ricardo Lopes é fotojornalista há décadas, especialista em fotografia social. Domina a arte de fotografar moda, casamentos, aniversários com maestria. Seu trabalho é inspirador, apaixonante, cativante até para os profissionais de fotografia. Gosto de ver a obra de Ricardo Lopes, que nos ensina fazendo, mexendo, fotografando”, diz Claudio Júnior, de Areia Branca.
Para produzir as imagens de O Legal, Ricardo Lopes aproveitou os momentos que estava com clientes fotografando para casamentos, aniversários ou moda. Visitando as belíssimas dunas coloridas do Rosado, em Porto do Mangue, Ricardo Lopes registrou e guardou a imagem. Fez o mesmo por onde passou, sempre usando lentes macro ou de longo alcance.
Mesmo aqueles que já conhecem as dunas do Rosado, como Claudio Júnior e este repórter, as imagens surpreendem. Enchem nossa alma de alegria e nos permite utilidade. Ficam lindas como painéis em residências. Dá uma vida extra ao ambiente. “Tenho vendido muitas destas imagens para áreas internas das residências ou shoppings”, diz Ricardo Lopes.
A exemplo das dunas coloridas do Rosado, Lopes esteve em diversas praias do litoral norte do RN e do Ceará, bem como nas regiões serranas. Por onde passou, buscou um presente para seus seguidores e leitores mais assíduos e que agora está em O Legado. As imagens nesta obra não tem legendas, o que permite o leitor fazer um passeio mental, cada um com seu sonho.
As imagens que despertam sonhos e inspira obras pintadas em telas, vai de uma corrida de cavalo para encurralar animais, a um belo e gostoso passeio a pé pela Praia de Tibau. Em tese, Ricardo Lopes colocou em seu Legado e aqui presente nosso, tudo que existe de mais belo.
Apesar de não informar nas legendas onde foram feitas, Ricardo Lopes produziu as imagens de tal maneira que permite quem as vê de dá um passeio mental, seja nos lugares, seja nos voos das garças vaqueiras. Em outra página, aparece um belíssimo Haras, com cavalos pastando numa imagem capturada com lentes de longo alcance e uma coruja curiosa.
O iguana também não escapou do registro. Ricardo Lopes disse que a fauna da região, para quem observa atentamente é maravilhosamente linda e vendo suas fotos, não tem como discordar. És de fato. “A natureza nos presenteia com o belo e cabe a nós registrá-los e oferecer a posteridade. “É muito bom, você concorda”, pergunta Ricardo Lopes.
Não tenha dúvidas, responde este repórter. As fotos mostram coisas que somos acostumados a ver, mas não naquela luz, com aquele enquadramento. Talvez aí esteja a magia do trabalho de Ricardo Lopes. E isto está bem evidente no registro da “andada” do siri, ou no sono delicioso dos filhos de cães, ou, ainda, os campos de petróleo e os campos do agronegócio.
A cidade de Mossoró, bela como sempre foi, também está em O Legado de Ricardo Lopes, o presente nosso. São belos panoramas noturnos ou fins de tarde. “Tudo pode ser visto de forma que agrada aos olhos. É claro que algumas coisas mais e outras menos. Para o fotógrafo, tudo depende, apenas, do enquadramento que escolhe para a luz que tem no momento”, diz.
Em mais de 15 anos produzindo O Legal, Ricardo Lopes registrou grandes invernos e secas. Mostrou o ataque da praga da mosca branca, que destruiu a produção de caju e castanha na Serra do Mel. Mostrou os ricos campos da agricultura irrigada, que aquece e fortalece a economia da região de Mossoró, independente da seca ou do inverno.
Do campo, ao alto mar. Registrou as plataformas de petróleo, num contraste impactante do azul do mar, com as ferragens das plataformas puxando petróleo do subsolo. O mesmo com relação a produção de sal marinho da região, que atualmente atende a mais de 90% do mercado nacional e a vários países da América do Norte e também da África.
Dentro de Mossoró, Ricardo Lopes refletiu e registrou prédios que marcam a história recente de Mossoró, como a Praça do Relógio, a Catedral de Santa Luzia, o Memorial da Resistência, a Praça de Convivência, os prédios históricos do Palácio da Resistência, da Reitoria, todos enquadrados num olhar encantador, respeitando com prisão as regras fotográficas.
Dos traços arquitetônicos de Mossoró, o autor pula para a prática cultural, com belíssimas imagens dos grandes espetáculos públicos realizados em Mossoró, como o Chuva de Bala no País de Mossoró, o Alto da Liberdade, Oratório de Santa Luzia, tudo visto com o zelo e o profissionalismo que não tem como não encantar pela beleza plástica e o registro histórico.
Do sopro na ponta da faca de Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) e a expressão de corpo do bailarino e ator Hykaro Mendonça, ou a expressão facial de arrepiar de Gustavo Cena, em cena no Teatro Dix Huit Rosado, onde também serviu de palco, sendo registrado pelo autor, cantores de renome nacional como Elsa Soares e Alceu Valença.
Definitivamente, o Legado pode ser de Ricardo Lopes, mas o presente é nosso.