29 ABR 2024 | ATUALIZADO 11:01
MOSSORÓ
Da redação
25/10/2017 13:28
Atualizado
14/12/2018 04:07

Fígado doado por mossoroense salva vida de menina de 10 anos

"Sou grato a Deus, por Ele permitir eu fazer parte de um processo como esse", disse Jarbas Mariano, diretor do Tarcísio Maia, que viabilizou a capitação de órgãos do paciente.
Reprodução | BBC
Andrea Nascimento da Silva, de apenas 10 anos, só tinha 24 horas vida. Diagnosticada como hepatite fulminante, a natalense teve a vida salva após receber o fígado de um mossoroense de 46 anos, que teve morte cerebral. A doação de órgãos foi autorizada pela família do paciente no Hospital Regional Tarcísio Maia. O tema foi abordado em reportagem pela BBC.

Tatiana Nascimento, mãe de Andrea, revelou que a filha chegoou do colégio se sentido indisposta. Ela imaginou que Andrea estava com virose. Na época, muitos casos foram registrados no bairro onde mora em Natal. 

Mas, a menina não melhorava. Depois de uma semana, notou que a filha estava inchada. O sinal de alerta foi quando os olhos da menina ficaram amarelos. "Ninguém notava, era só eu mesmo como mãe que via", disse. 

Em 25 de março, Andrea foi diagnosticada com hepatite A, em seguida, foi internada. 

Após cinco dias no hospital, seu quadro piorou consideravelmente. "No quinto dia, ela não queria mais andar. Havia sangue no xixi", revela Tatiana.

A menina foi então transferida para a UTI do Hospital Universitário Onofre Lopes. Foi quando Tatiana recebeu a notícia de que Andrea precisaria de um transflante de fígado de emergência. 

Como o procedimento não é realizado no Rio Grande do Norte, deveria ocorrer em Fortaleza. 

A falta de avião oficial para a transferência atrasou a viagem em três dias. Foi então que o governo do Rio Grande do Norte liberou um avião para a viagem. 

No dia 5 de abril, Andrea entrou na lista de espera de emergência para receber um transplante de fígado. Tinha cerca de 24 horas de vida. 

À meia noite no dia 6, apareceu um doador: um homem de 46 anos de Mossoró, que teve morte cerebral.

A família do paciente autorizou a doação e Andrea conseguiu o transplante a tempo.

Em entrevista à BBC, Tatiana relembrou: "A minha filha só tinha 24 horas de vida quando entrou na fila de transplante. Estava praticamente morta, já estava entubada, inchada, eu não a enxergava mais. Ela não tinha tempo, precisava que alguém morresse. E isso deu a vida a ela".

Uma verdadeira operação foi montada para que Andrea pudesse receber o transplante de fígado. 

Duas aeronaves, uma do Rio Grande do Norte e outra do Ceará, foram usadas para que o fígado chegasse a tempo para salvar a vida da menina. A primeira levou a equipe de cirurgiões para retirar o órgão no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, e leva-lo para Natal. 

Em seguida,  o fígado partiu no segundo avião para Fortaleza.

Na época, o MOSSORÓ HOJE conversou com Jarbas Mariano, diretor do HRTM, sobre a captação de órgãos. 

Ele explicou que os médicos haviam realizado a captação de forma paralela. E que os órgãos foram levados para vários institutos como o Instituto do Coração, de Fortaleza, Natal e Curitiba. 

O fígado foi levado para Fortaleza, o coração para Curitiba, os rins para Pernambuco e uma córnea para Natal.

"Foram doados coração, pâncreas, fígado, rins, córneas, vários órgãos que poderão salvar vidas de outras pessoas", destacou Jarbas. 

Hoje, Jarbas Mariano afirma ser grato por participar de momentos como esse. "Sou grato a Deus, por Ele permitir eu fazer parte de um processo como esse". 

Quando soube que havia um fígado disponível aceitou de imediato. Foi o que revelou o médico Huygens Garcia, do Serviço de Transplante Hepático do Hospital Universitário Walter Cantídio, de Fortaleza. 

"Recebi a ligação da Central de Transplante do Ceará, informando que havia a oferta de um fígado em Mossoró e aceitei de imediato. A Andrea estava com uma hepatite fulminante, que leva à morte quase 100%  dos pacientes em 48 horas se não houver o transplante", disse ele.

A menina, que estava em um hospital pediátrico de Fortaleza, foi transferida, entubada e em ventilação mecânica para o Hospital São Carlos, para receber o novo fígado.

Ao acordar da cirurgia, não apresentou nenhuma sequela. "Estava normal. Acho que, depois do transplante, ficou até mais bonita. Digo que sou mais apaixonada por ela agora do que era antes", disse Tatiana.

Com informações BBC Brasil 

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