10 MAR 2025 | ATUALIZADO 14:35
POLÍCIA
Da redação
03/01/2018 07:28
Atualizado
14/12/2018 08:56

Policial chora ao falar sobre possível prisão; "Hoje essa algema pode ser usada contra mim"

Os policiais civis se apresentaram na DEGEPOL, para serem presos nesta quarta-feira, 3. Desembargador Cláudio Santos determinou a prisão dos policiais (civis e militares) que defendam, incentivem e promovam a paralisação.
Reprodução
Usando algemas nos punhos, dezenas de policiais civis do Rio Grande do Norte se apresentaram na manhã desta quarta-feira, 3, na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, em Natal, para serem presos. Um policial civi chorou ao relatar para a imprensa sobre a possibilidade de ser preso. 

"Eu utilizei essa algema aqui durante toda minha carreira policial, foram centenas de pessoas presas para o bem da sociedade, e hoje essa algema pode ser usada contra mim, é duro, a gente chegou numa condição difícil, peço desculpas, mas falta equilibrio,não temos dinheiro no bolso, não temos comida da mesa", relatou Nilton Arruda, presidente do Sinpol-RN, pedindo desculpas ao repórter da TV Ponta Negra, pelo choro.



Os agentes de segurança realizam paralisação desde o dia 20 de dezembro. O protesto é contra o atraso de salários.

No fim de semana, o desembargador Cláudio Santos, da Justiça Estadual, determinou a prisão dos policiais (tanto militares quanto civis) que incentivassem, promovam ou defendam a paralisação.

A decisão de Cláudio Santos gerou polêmica e deixou muita gente revoltada nas redes sociais, além da própria categoria.

Os policiais civis estão trabalhando em regime de plantão. Ontem, o Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol-RN) realizou assembleia, onde foi decidido pela maioria que a paralisação deve continuar, mesmo correndo o risco de serem presos.

Quem também realiza paralisação é a Polícia Militar. Desde o dia 19 de dezembro, os PMs só saem às ruas com as viaturas e equipamentos que estão dentro das normas de segurança. É a Operação Segurança com Segurança. 

Por conta da redução do efetivo nas ruas, a violência deu um grande salto, em Mossoró e Natal. O Governador Robinson Faria pediu ao presidente Temer a presença das Forças Armadas como forma de reforçar a segurança. 

Os militares estão no RN desde o último sábado. Cerca de 3 mil estão em Mossoró e Natal, onde ficarão até o dia 12 de janeiro. 

Os policiais militares e civis do RN cobram o pagamento de salários e melhores condições de trabalho. O Estado informa que os salários não estão sendo pagos em dia por conta da queda da arrecadação, resultante da crise financeira.

Robinson chegou a pedir socorro financeiro ao Governo Federal, mas foi barrado pelo Ministério da Fazenda, após uma recomendação do Tribunal e Ministério Público de Contas.

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