Um texto com erros de português, com gírias de internet e acompanhado com uma fotografia expressiva, consegue se espalhar rapidamente nas redes sociais, através de usuários que compartilham sem checar a veracidade dos fatos, alegando apenas “repassando”.
O fato é que quase sempre estas informações são falsas e quase sempre tem um objetivo claro: denegrir a imagem de alguém, geralmente por vingança.
Foi o que aconteceu com o mossoroense Carlos, de 25 anos, residente em Fortaleza/CE.
Carlos é motorista de Uber, na região metropolitana de Fortaleza, onde reside há seis meses. Neste final de semana, ele disse que fez uma corrida e quando chegou ao destino à passageira tentou beija-lo.
Carlos disse que se negou. A mulher, que estaria bêbada, teria mordido o pescoço dele e ele a empurrou para fora do veículo. Ela teria pedido desculpas e ido embora.
Era o começo o pesadelo do motorista de Uber na capital alencarina.
Se dizendo amiga desta passageira, o perfil Manu Coste no WhatsApp postou um texto (veja abaixo) ao lado do print do perfil de Carlos no aplicativo do Uber (veja acima), acusando-o de ter estuprado a amiga dela na noite de sábado, 28.


Menos de 12 horas, a notícia falsa, movida por vingança, já estava se espalhando por vários outros estados, inclusive o Rio Grande do Norte, de onde Carlos é natural de Mossoró-RN. Seus familiares viram os prints e ficaram preocupados. Alguns desesperados. Em Fortaleza, Carlos tratou imediatamente de ir a Policia. Teve o aplicativo do Uber bloqueado.
Este tipo de ato criminoso uma vez que se espalha nas redes sócias, causa um estrago gigantesco nas pessoas citadas, em especial nas condições narradas pelo perfil Manu Coste. Às vezes desaparece por um tempo e depois reaparecem novamente, causando mais estragos.
O MOSSORÓ HOJE localizou Carlos, em Fortaleza, via o WhatsApp. Ele narrou os fatos e disse que fez o registro do Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de Fortaleza e está aguardando as investigações identificar criminalmente os responsáveis pelo ataque para aciona-los judicialmente. Amigos e familiares de Carlos, em Mossoró, disseram que acreditam em sua inocência.
Carlos relatou, que assim como ele foi vítima em Fortaleza, qualquer pessoa pode ser a qualquer momento e por qualquer motivo. "Ninguém sabe mais o que as pessoas são capazes fazer para se vingar de alguém", lamenta o motorista, pedindo para tornar público a sua declaração de que é inocente e que está a disposição da Justiça de Fortaleza para qualquer
esclarecimento.
Consultado pelo MOSSORÓ HOJE, o advogado Diego Tobias disse que nestes casos comete o crime quem fez originalmente a mensagem falsa com o objetivo claro de denegrir ou destruir a imagem de outrem por vigança ou qualqur outro motivo vil, assim como comete o mesmo crime quem reproduz esta informação falsa em qualquer plataforma de mídia, mesmo aqueles que alegam "repassando", dando amplitude ao estrago na vida social da vítima.