A sociedade mossoroense condenou nesta quinta-feira, 12, o temido pistoleiro José Dimas da Silva Martins, o Paulista, de 26 anos, natural de Umarizal, que está preso, pelo homicídio do mecânico Márcio Alves Gomes, o Marcinho da Oficina, ocorrido às 13 horas do dia 21 de outubro de 2016, na Rua Ricardo Guilherme de Lima, próximo ao Hospital Regional Tarcísio Maia, no bairro Aeroporto, região Oeste de Mossoró-RN.
A sentença foi de 14 anos de prisão, inicialmente em regime fechado. O julgamento começou de 8h30 e terminou de 10 horas.
O julgamento teve o juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros na presidência. O promotor de Justiça do caso será Armando Lúcio Ribeiro e o advogado do réu será José Galdino da Costa. O promotor pediu a condenação do réu por homicídio qualificado e o advogadod e defesa tentou convencer os jurados a tirarem a qualificadora, deixando homicidio simples, mas não conseguiu.
O crime
O crime envolve, além do pistoleiro Paulista, a esteticista Lindércia Lopes da Silva, o motorista Manoel Forte Neto, o PM Raimundo Gilceon da Silva, e, ainda, a cozinheira Maria Inaeide Vital, Todos residentes em Mossoró, nos bairros Boa Vista, Aeroporto II, e Nova Betânia. Marcinho da Oficina teria sido executado porque planejava matar os réus Paulista e Manoel Forte Neto.
A Polícia Civil esclareceu o caso com detalhes, graças a escutas telefônicas autorizadas pela Justiça da Comarca de Caraúbas, em outra investigação. No dia do crime, Manoel Forte pilotou a moto e José Dimas executou Marcinho da Oficina com tiros de pistola. A testemunha Paulo Victor de Oliveira Silva contou que a vítima ainda correu, mas o assassino foi atrás atirando até mata-la no meio da rua.
Foto: 4DZ
Após o crime, os dois assassinos fugiram numa moto XRE, de cor preta, que posteriormente foi apreendida. O caso foi esclarecido, com riqueza de detalhes, pela Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa, de Mossoró, através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça de Caraúbas. Paulista e Manoel Forte mataram Marcinho da Oficina (peças de bicicleta) porque acreditavam que este queria mata-los.
É o que conversou os réus entre si nas escutas telefônicas. A indiciada Lindércia Lopes da Silva, madrasta do indiciado Manoel Forte Neto, em conversa telefônica no dia que ocorreu o homicídio, instigou Manoel Forte a entrar em contato com o matador Paulista, e acertar os detalhes da morte de Marcinho da Oficina, reforçando a ideia ao dizer que o crime fosse cometido logo, o que de fato terminou acontecendo.
Ainda conforme as investigações, ficou comprovado, segundo o MPRN, que o PM Raimundo Gilceon da Silva e sua companheira Maria Ineide Vital, conhecida por Nega ou Preta, “prestaram auxílio para que o denunciado Paulista conseguisse escapar das investigações policiais no início dos trabalhos, fato este descoberto no dia 25 de outubro de 2016, ou seja, 4 dias após o homicídio, e no dia que aconteceu a prisão.
Nesta data, Preta e seu companheiro, que é PM, tinham conhecimento do envolvimento de pistoleiro na morte de Marcinho da Oficina. Teria dito ao telefone: “Zé é foragido! Tem num sei quantos homicídios nas costas. Esses dias aqui, que mataram, foi ele, Santana (SIC)". O MP destacou que mesmo assim o casal não deixou de dar abrigo ao assassino com a finalidade de ajuda-lo a ficar impune”.
Só que a conversa estava sendo gravada e no mesmo dia, as Policias de Mossoro, Caraúbas e Umarizal se uniram e o prenderam.
Para melhor compreensão dos fatos, segue transcrições dos interrogatórios.
Apesar do indiciamento, nesta quinta-feira, 12, só foi julgado o réu Paulista no Fórum Municipal Silveira Martins. Os demais réus serão julgados em outro momento. No caso em si, o promotor Armando Lúcio Ribeiro atuou no plenário para esclarecer aos sete jurados da culpa de Paulista no assassinato do mecânico Marcinho da Oficina, ocorrido há menos de 2 anos em Mossoró. Ao final, pediu a condenação do réu por homicídio qualificado.
Já o advogado de defesa, José Galdino da Costa, argumentou para que os jurados não aprovasse que o crime fosse qualificado, e, assim, o seu cliente seria condenado a uma pena que vai de 6 a 12 anos. Entretanto, os jurados entenderam por condenar nos termos que o promotor Armando Lúcio propôs, ou seja, qualificado, condenando a 14 anos de prisão. A sentença foi aplicada pelo juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros.
Paulista
José Dimas, o Paulista, tem prisão preventiva decretada no Estado de São Paulo por homicídios, também é investigado por homicidio em Caraúbas e na cidade de Umarizal. Quando foi preso, em outubro de 2016, estava escondido numa casa no bairro Aeroporto II, perto de onde matou o mecânico Márcio Alves Gomes. Tinha em seu poder uma pistola calibre 380 cromada. É considerado de alta periculosidade.