O edital do concurso da Polícia Militar do Paraná, que abriu as inscrições nesta segunda-feira, 13, está gerando polêmica. É que o certame tem "masculinidade" como um dos 72 critérios de avaliação psicológica, que vai analisar se os candidatos possuem o perfil pré-estabelecido para o cargo.
Homens e mulheres de até 30 anos podem concorrer às vagas. Porém, o número de mulheres não pode ultrapassar 50% do total.
O item "Masculinidade" é descrito no edital da seguinte forma: "Capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesses em histórias românticas e de amor". Ainda conforme o edital a "Masculinidade" deveria ser apresentada em um grau maior ou igual a "regular".
A afirmação gerou polêmica no Estado fazendo com que a corporação emitisse uma nota de esclarecimento.
Na nota, a PM-PR afirmou que houve uma interpretação equivocada a respeito do critério "masculinidade" e que o objetivo é "avaliar a estabilidade emocional e a capacidade de enfrentamento, aspectos estes extremamente necessário para o dia a dia da atividade policial militar".
Entidades ligadas ao movimento LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexuais) emitiram nota de repúdio ao item do edital. Informaram que a exigência de "masculinidade" desconsidera a possibilidade de mulheres se candidatarem às vagas ou quer que elas tenham características masculinas - o que consideram discriminação.
Após toda a polêmica em torno do edital, a Polícia Militar do Paraná publicou retificação do item nesta segunda-feira, 13. O termo "masculinidade" foi trocado por "enfrentamento".
O concurso oferta 16 vagas para cadetes da Polícia Militar.
Acesse aqui o edital completo.