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ESTADO
25/12/2018 17:34
Atualizado
25/12/2018 18:19

Prates mostra que Bolsonaro desconhece o Projeto Água Doce

Bolsonaro disse que vai mandar seu ministro para aprender sobre dessalinização em Israel e Jean-paul Prates escreveu: "Na verdade, a dessalinização já existe no Brasil desde os anos 60, e essa tecnologia tornou-se ainda mais acessível a partir de 2003, com o Programa Agua Doce"
Jean-paul Prates mostra que o programa Água Doce já existe no Brasil desde 2003; RN e Paraíba estão a frente!


Por Jean-Paul Prates

E esse factoide de Bolsonaro sobre dessalinização, Israel, etc? Só faz graça para gente desinformada e reportagem bajulatória.

Aqui, resultados atuais do programa “Água Doce” em curso pelo Governo Federal desde 2003, governo do Presidente Lula.

Isso está publicado na página oficial do Ministério de Meio Ambiente (MMA). Só não vê quem não quer, e prefere mesmo acreditar que somente agora haverá dessalinização de água no NE do Brasil.


Paraíba

2012 - Na Paraiba, projeto de dessalinização transforma água salgada em doce 

2016 - Governador entrega dessalinizadores de água e poço em Cubati e Nova Palmeira

2017 - Paraíba é destaque em Congresso Mundial de dessalinização e reuso de água


Rio Grande do Norte

2017 - Referência nacional no Programa Água Doce, RN realiza encontro com beneficiários

2018 - RN inicia nova fase do programa Água Doce


Não sei o que me impressiona mais: a capacidade de Bolsonaro de criar factoides em cima de coisas que já estão em plena aplicação ou a incompetência (voluntária?) dos jornalistas que nem se dão ao trabalho de fazer uma pesquisa de 10 segundos no Google! 

O ministro-astronauta deve gostar mesmo de viajar pra longe... viesse à Paraíba e outros estados daqui e veria tudo já funcionando. O que falta é continuar! Mas isso, a politicagem não admite.

Não ha nenhuma novidade tecnológica que Israel tenha em dessalinização que esteja à frente do que já se aplica no Brasil, em parâmetros de viabilidade para a realidade local.

Na verdade, a dessalinização já existe no Brasil desde os anos 60, e essa tecnologia tornou-se ainda mais acessível a partir de 2003, com o Programa Agua Doce - tornando a água produzida cada vez mais barata em comparação com outras formas de captação.

Por exemplo, o projeto de Fortaleza, tem produção de quase 173 milhões de litros de água por dia.

No RN, temos o projeto de Macau com produção de 2 milhões de litros de água por dia, ambos utilizando a tecnologia que hoje desponta no quesito custo/benéfico - que é hoje a osmose inversa por membranas.

O futuro presidente mostra, na verdade, que desconhece o assunto da seca e quais as ações que estão sendo realizadas pelos governos estaduais e o governo federal.

Bastaria chamar a equipe do Ministério do Meio Ambiente, da diretoria de revitalização de bacias e acesso a água, para pelo menos entender o que já foi feito e quais são as perspectivas futuras.

O governo de Israel quer é, como muitos (legitimamente), vender os equipamentos para o Brasil, mas devemos estar atentos a custos superiores aos concorrentes ocidentais, latino americanos e até brasileiros, que já montam esse tipo de equipamento aqui.

Sobre o uso de equipamentos de condensação de umidade, o custo por litro é mais do que 20x o custo pela tecnologia de osmose inversa, somente usado em locais onde não há nenhuma forma de água subterrânea ou salobra de chuva, como em alguns locais na África.

De toda forma, falta ao Bolsonaro a informação precisa do que nós nordestinos realmente precisamos, e isso só pode vir quando ele deixar as bandeiras de lado e entender que a nação é feita de pluralidade.

E que nossos repórteres fique bem mais atentos a factoides e preferências empresariais insistentes. 

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