Pivô da primeira crise em torno do grupo político do presidente eleito, Jair Bolsonaro , o policial militar da reserva Fabrício de Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), afirmou que sua movimentação financeira —considerada atípica pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) — é fruto da compra e venda de veículos usados. As declarações foram feitas em entrevista ao SBT.
É a primeira aparição pública do ex-assessor parlamentar desde que o jornal “O Estado de S. Paulo”revelou as informações do relatório do Coaf, há 20 dias.
Apesar da entrevista, Queiroz não explicou por que recebeu tantos depósitos de assessores de Flávio em sua conta e nem a origem do dinheiro. Limitou-se a dizer que vai esclarecer o assunto para o Ministério Público.
Queiroz procurou eximir de responsabilidade Jair Bolsonaro — seu amigo desde 1984, quando se conheceram no Exército — e o filho Flávio, chegando a pedir desculpas à família, dizendo que era o único culpado por qualquer erro que tenha sido cometido.
—Meu problema é meu problema, não tem a ver com o Flávio Bolsonaro. Não tem a ver com ninguém. Eu vou responder pelos meus atos — afirmou, acrescentando — Eu sou o problema, não eles.
O ex-assessor definiu a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro como “uma pessoa pura” e sustentou que “não há nada de errado” no repasse de R$ 24 mil para a conta dela, repetindo a versão já dada pelo presidente eleito, de que o valor seria o pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil, por meio de dez cheques de R$ 4 mil cada .
Queiroz afirmou que a movimentação financeira detectada pelo Coaf — R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 — vem de atividades alheias ao mandato.