A Secretaria de Saúde Pública do RN confirmou a morte de uma criança paraibana com diagnóstico de raiva humana. O menino, de apenas 1 ano e oito meses, estava há nove dias internado na UTI pediátrica do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. A criança morreu na tarde deste domingo (30).
Segundo a Secretaria, a doença só foi confirmada nos exames realizados na última sexta-feira (28), no entanto, desde o dia 21 de agosto vinha recebendo o tratamento especificado pelo Ministério da Saúde.
A Sesap explicou que os médicos que atenderam o menino, realizam os procedimentos feitos nos dois casos de humanos que sobreviveram à raiva, um em Floresta (PE), em 2008, e o outro em Milwaukee, no EUA, em 2004.
Segundo informações, o menino, que é natural de Jacaraú/PB, chegou ao RN no dia 20 de agosto, após ter apresentado mal-estar foi encaminhado para o Hospital Monsenhor Pedro Moura, em Nova Cruz, região agreste potiguar. De Nova Cruz, o menino foi transferido para o Hospital Infantil Varela Santiago.
No dia 21, diante da necessidade de realização de exames, o menino foi encaminhado para o Hospital Walfredo Gurgel. No Walfredo, a criança foi internada na UTI pediátrica, na unidade ela realizou vários exames. Diante da suspeita de raiva humana, a criança o Protocolo de Tratamento da Raiva Humana.
Raiva humana
Em 2015, já foram diagnosticados laboratorialmente 26 casos de raiva animal em 14 municípios do Rio Grande do Norte. Os dados são do Programa Estadual de Controle da Raiva da Sesap. Os municípios são: Acari, Caicó, Ceará-Mirim, Encanto, Monte Alegre, Natal, Pau dos Ferros, Pedro Velho, Riacho de Santana, São Fernando, São Gonçalo do Amarante, Serrinha dos Pintos, Tenente Ananias e Várzea.
De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus rábico pode infectar todos os mamíferos. Didaticamente podemos dividir a doença em ciclos de transmissão conforme os principais reservatórios da raiva encontrados no Brasil, a seguir: ciclo aéreo, que envolve os morcegos hematófagos e não hematófagos; ciclo rural, representado pelos animais de produção; ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos; ciclo silvestre terrestre, que engloba os sagüis, cachorros do mato, raposas, guaxinim, macacos entre outros animais selvagens.
No início, os sintomas são característicos: transformação de caráter, inquietude, perturbação do sono, sonhos tenebrosos; aparecem alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordedura; essas alterações duram de 2 a 4 dias. Posteriormente, instala-se um quadro de alucinações, acompanhado de febre; inicia-se o período de estado da doença, por 2 a 3 dias, com medo de correntes de ar e de água, de intensidade variável. Surgem crises convulsivas periódicas.