01 MAI 2024 | ATUALIZADO 16:59
NACIONAL
13/05/2020 11:00
Atualizado
13/05/2020 11:05

Teich alerta para riscos da Cloroquina; Bolsonaro segue defendendo seu uso

O Ministro da Saúde publicou em uma rede social que o medicamento tem efeitos colaterais e que o paciente precisa assinar um termo de consentimento para utilização. O presidente, entretanto, deseja que o medicamento seja usado desde o início do tratamento e questionado sobre a posição do ministro, falou: “têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas…”.
FOTO: REPRODUÇÃO

Nesta terça-feira (12) o Ministro da Saúde, Nelson Teich, publicou em uma rede social um alerta sobre riscos de uso da cloroquina no tratamento da covid-19.

Segundo ele, o medicamento possui efeitos colaterais e o paciente deve estar ciente disso, inclusive, deve assinar um termo de responsabilidade por seu uso.

Após a publicação do ministro, o Presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso do medicamento e disse que os ministros de seu governo devem estar "afinados" com ele.

Jornalista questionaram o presidente sobre o posicionamento do ministro e ele fez questão de ressaltar que ministérios são indicações políticas.

"Olha só, todos os ministros, eu já sei qual é a pergunta, têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo", afirmou Bolsonaro para jornalistas.

Bolsonaro é um grande defensor do uso da Cloroquina nos casos de Covid-19, embora ainda não exista comprovação científica sobre a sua eficácia.

O presidente ainda afirmou que vai conversar com o ministro da saúde para ser alterado o protocolo do Ministério da Saúde, que atualmente prevê a prescrição de cloroquina apenas para os casos graves. Bolsonaro quer que o remédio seja usado desde o início do tratamento.

ESTUDOS NÃO VEEM EFICÁCIA

O uso da cloroquina por pacientes infectados com o novo coronavírus segue sendo estudado por vários países, mas pesquisadores ainda não conseguiram encontrar resultados conclusivos sobre sua eficácia no combate à covid-19.

Uma das principais pesquisas sobre a efetividade da hidroxicloroquina no tratamento teve o resultado publicado nesta segunda-feira (11), na revista científica “Jama” (“Journal of the American Medical Association”).

O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Albany, no estado de Nova York, não encontrou relação entre o uso do medicamento e a redução da mortalidade pela doença. Foram analisados 1.438 pacientes infectados com coronavírus, em 25 hospitais de Nova York.

A taxa de mortalidade dos pacientes tratados com hidroxicloroquina foi semelhante à dos que não tomaram o medicamento, assim como à das pessoas que receberam hidroxicloroquina combinada com o antibiótico azitromicina.

Ainda segundo os autores do estudo, os pacientes que tomaram a combinação de medicamentos tiveram duas vezes mais chances de sofrer parada cardíaca durante o período de análise. Problemas cardíacos são um efeito colateral conhecido da hidroxicloroquina.

Outra pesquisa sobre o tratamento com hidroxicloroquina, cujo resultado foi publicado na semana passada na revista britânica "The New England Journal of Medicine", já havia apresentado conclusão semelhante à divulgado pela “Jama”.

O estudo, feito no Presbyterian Hospital, em Nova York e revisado por outros cientistas, não encontrou evidências de que a droga tenha reduzido o risco de entubação ou de morte pela covid-19.


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