26 JAN 2025 | ATUALIZADO 21:37
NACIONAL
COM INFORMAÇÕES DO BLOG DO VALDO CRUZ
12/06/2020 11:07
Atualizado
12/06/2020 11:08

Alcolumbre não aceita MP que permite nomeação de reitores por Weintraub

O presidente do senado devolveu ao governo a MP que permitia ao ministro da Educação, escolher reitores de universidades e institutos federais sem consulta à comunidade acadêmica. Alcolumbre disse que, como presidente do Congresso Nacional, não poderia "deixar tramitar proposições que violem a Constituição Federal".
FOTO: REPRODUÇÃO

O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), devolveu para o Palácio do Planalto a medida provisória que permitia ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, escolher reitores de universidades federais.

Pelo texto da MP, os reitores escolhidos por Weintraub ficarão nos cargos apenas durante a pandemia do novo coronavírus.

A medida, editada pelo presidente Jair Bolsonaro, também excluiu a necessidade de consulta a professores e estudantes ou a formação de uma lista para escolha dos reitores, como ocorre atualmente.

O Congresso tem o poder de devolver uma medida provisória para o governo quando entende que o texto não atende os requisitos previstos em lei.

Alcolumbre disse que, como presidente do Congresso Nacional, não poderia "deixar tramitar proposições que violem a Constituição Federal". Ele acrescentou que o "Parlamento permanece vigilante na defesa das instituições e no avanço da ciência".

Assim que foi publicada, a MP recebeu críticas de entidades ligadas às universidades, que classificaram a medida de antidemocrática. O texto foi alvo de contestações de partidos na Justiça.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também vinha se manifestando contra a medida. Segundo Maia, o texto trata do mesmo tema de uma outra medida provisória, que perdeu a validade na semana passada. Pela lei, o governo não pode editar medidas provisórias sobre o mesmo tema num mesmo ano.

Procurada, a assessoria do Ministério da Educação disse que não vai comentar a decisão de Alcolumbre.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) disse em nota que o presidente do Senado tomou uma "medida extrema, mas necessária".

"Reafirmou-se o valor elevado e incondicional da autonomia da universidade pública, da ciência e, sobretudo, da democracia brasileira", escreveu a associação.


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