A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) divulgou nesta terça-feira (28) o Boletim Epidemiológico com o cenário dos casos confirmados das Hepatites Virais A, B e C, no período de janeiro de 2009 a abril de 2020, nas oito regiões de saúde do Rio Grande do Norte.
Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e divulgado hoje por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais.
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus que provocam alterações no fígado. No Brasil, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C.
Na maioria das vezes, as pessoas não apresentam sintomas e desconhecem ter a infecção, tornando-se portadoras dos vírus B ou C. O avanço da infecção pode causar danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer
O boletim divulgado pela Sesap traz ações, números e orientações sobre a doença no estado. A campanha de luta contra as hepatites virais é conhecida como Julho Amarelo.
Segundo o documento, o Rio Grande do Norte, entre os anos de 2009 a 2019, apresentou 3022 casos confirmados em hepatites virais, sendo 1265 (41,9%) casos de Hepatite A, 662 (21,9%) de Hepatite B, 1075 (35,6%) de Hepatite C e 20 (0,6%).
A distribuição dos casos por região de saúde de residência, mostra que 378 (12,5%) eram residentes na 1ª região de saúde, 441 (14,6%) na 2ª região, 149 (4,9%) na 3ª região, 415 (13,7%) na 4ª região, 150 (5,0%) na 5ª região, 132 (4,4%) na 6ª região, 1271 (42,1%) na 7ª região e 86 (2,8%) na 8ª região.
O município de Natal concentrou 869 (28,8%) do total de casos registrados no estado. Em 2019 verificou-se uma diminuição de 47,6% no número de casos de hepatites virais, reflexo da expressiva redução no registro de casos de hepatite A no RN.
Dos 233 casos notificados no ano, 05 (2,1%) eram de hepatite A, 81(34,8%) de hepatite B e 147 (63,1%) de hepatite C.
De janeiro a abril de 2020, foram notificados 73 casos de hepatites virais no RN, desses 59 (80,8%) eram de hepatite C e 14 (19,2%) de hepatite B.
Nos últimos dez anos, todas as regiões de saúde do RN apresentaram redução nas suas taxas de incidência de hepatite A, algumas chegando a diminuir até 100%, como são os casos da 1ª, 2ª, 5ª, 6ª e 8ª regiões.
A hepatite A é transmitida via fecal-oral que está relacionada à condições de saneamento básico, higiene pessoal, relação sexual desprotegida (contato boca-ânus), qualidade da água e dos alimentos.
A redução desse tipo de hepatite está relacionada a melhoria das condições de higiene, de saneamento básico das populações, e a vacinação contra a Hepatite A em menores de 5 anos.
Já as hepatites virais B e C são transmitidas por via parenteral, percutânea ou vertical através do contato com sangue infectado e por via sexual através do esperma e secreção vaginal.
Na II Unidade Regional de Saúde (II Ursap), que abrange Mossoró e município circunvizinhos, desde 2018 não é registrado nenhum novo caso de hepatite viral.
TRATAMENTO
O tratamento é oferecido gratuitamente a todos os pacientes que tem a confirmação do diagnóstico da infecção pelo vírus B (HBV) e C (HCV). No RN, atualmente, existem 133 pessoas em tratamento para hepatite B e 20 para hepatite C.
O estado conta com 03 serviços de referência para o tratamento dessas doenças, sendo dois em Natal, o Hospital Giselda Trigueiro e o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), além do Hospital Rafael Fernandes em Mossoró. Os casos de hepatite A são acompanhados na atenção primária à saúde.