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POLÍTICA
COM INFORMAÇÕES DO AGORA RN
10/08/2020 12:16
Atualizado
10/08/2020 12:21

Jean Paul diz que forma como Álvaro Dias distribuiu Ivermectina foi “irresponsável”

O senador, que é pré-candidato a prefeitura de Natal, disse que “quando um prefeito médico vai para a televisão e diz que o remédio é preventivo, isso significa que se você for ao ginásio e receber o comprimidinho do prefeito você tem a impressão que pode ir à feira do Alecrim numa boa. Não existe blindagem contra o vírus. Achei isto um pouco irresponsável e em medicina é até crime”.
FOTO: REPRODUÇÃO

O senador e pré-candidato à Prefeitura do Natal, Jean Paul Prates (PT), criticou as ações do prefeito Álvaro Dias vem tomando em combate à pandemia do novo coronavírus.

A declaração foi feita em entrevista concedida ao jornalista Diógenes Dantas, no programa Jornal 96, da rádio 96 FM, na manhã desta segunda-feira (10).

A principal crítica de Jean Paul foi com relação a distribuição da ivermectina, medicamento defendido por Álvaro e utilizado como uma de suas principais marcas nas ações contra a Covid-19.

Segundo Jean Paul, a forma que o prefeito expressou e divulgou o uso e a eficácia do remédio foi “irresponsável” e pode ser considerado um “crime”, sob o olhar da medicina.

“Nem tenho nada contra experimentar medicamentos. Estes remédios todos sabemos que são para tratamentos precoces. Você toma para ter menos sintomas, o que ainda não é comprovado cientificamente. Mas se você quiser tomar, pode. Se o médico deu, ok. O problema é quando um prefeito médico vai para a televisão e diz que o remédio é preventivo. Isso significa que se você for ao ginásio e receber o comprimidinho do prefeito você tem a impressão que pode ir à feira do Alecrim numa boa. Não existe blindagem contra o vírus. Achei isto um pouco irresponsável e em medicina é até crime. Temos que lembrar da gravidade que isto pode ter. Imagina se testado ele comprove que não é eficaz para o tratamento. Preventivo, claro que não é. Se fosse, não acha que nos países da Europa teriam filas de prefeitos distribuindo”, contou.

A distribuição do medicamento também chamou a atenção do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).

O MP abriu, no mês de julho, um procedimento para apurar possível crime eleitoral praticado por Álvaro Dias, para investigar se a distribuição foi uma forma de propaganda antecipada para a sua campanha à Prefeitura.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já afirmou que ainda não há comprovação na eficácia do remédio para o tratamento do coronavírus e proibiu sua venda sem receita. Além da ivermectina, a cloroquina, a hidroxicloroquina e a nitazoxanida também tiveram restrições.

Outra crítica realizada pelo senador foi com relação às ações de testagens feitas pela Prefeitura. De acordo com Jean Paul, faltou sequência no procedimento. Jean discorda da ação de testar sem ter a finalidade do controle dos casos na população.

“A testagem na Arena das Dunas, principalmente para pessoas de idade, indo de carro. Sabíamos pouco sobre a doença naquela época. Aqueles testes não deram em nada. Foi só uma ação no domingo e atendeu meia dúzia de pessoas, comparado à população da cidade. O correto seria acompanhar essas pessoas depois. O teste não é só para comemorar e depois ir para uma feira ou um shopping”, comentou.

Os testes foram feitos em formato de “drive-thru”, na Arena das Dunas e no ginásio Nélio Dias, durante o mês de junho.

No tocante ao Governo do RN, o senador afirmou que a governadora Fátima Bezerra fortaleceu a estrutura do estado com a implantação de leitos. Jean Paul acredita que a ação fortaleceu o sistema de Saúde a longo prazo.

“O Governo do Estado partiu para uma coisa mais responsável. Foi para a questão da estrutura. Os leitos ficarão lá para serem ligados na hora que forem necessários. Muito mais construtivo isto”, concluiu.


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