Talvez esta foi a notícia mais triste do dia na cidade: a decisão da diretoria do Liga de Estudos e Combate ao Câncer de suspender os serviços de quimioterapia e radioterapia por conta de dívidas que a Prefeitura de Mossoró não quitou. Ou melhor, a prefeitura sequer reconhece a dívida, o que a leva a não negociar, com a entidade. Sem dinheiro, não há outra alternativa senão desativar o atendimento, medida que a prefeitura considera "desproporcional", embora não tenha se movido reverter a decisão.
Quem conhece, sabe que o tratamento do câncer é coisa séria, mexe com toda a família, e necessita de cuidados constantes. Portanto, não se pode evitar qualquer diálogo que venha a garantir os cuidados de 320 pacientes atendidos atualmente pela Liga. Eles não podem ficar no meio deste impasse.
Por outro lado, há movimentos em torno do funcionamento pleno do hospital, a partir de emendas parlamentares. Ainda no mês passado, a deputada estadual Isolda Dantas destinou recursos especificamente para o atendimento dos pacientes oncológicos de Mossoró e da região. A emenda de R$ 50 mil caiu na conta da Liga, contribuição mais que necessária considerando a complexidade e o atendimento imprescindível para a cidade. O dinheiro foi aplicado na compra de equipamentos como camas mecânicas, custeio de EPIs, que são os equipamento de proteção individual, como luvas e Máscaras N95, itens essencial para a proteção de pacientes e profissionais de saúde nesta pandemia.
Os recursos ainda foram aplicados na aquisição de suprimentos e medicamentos quimioterápicos. Ou seja, é preciso de um olhar atento às necessidades da Liga e emendas neste sentido tendem a garantir a manutenção da unidade e o tratamento de tantas pessoas que por lá.
Os serviços da Liga são de alta complexidade na área de oncologia, passando por consultas médicas e multiprofissionais até modernas técnicas de radioterapia, fundamentais para Mossoró. A cidade, portanto, não pode se dar ao luxo de ver suspensa atividades tão essenciais. Imagine como ficaria o tratamento de pacientes com câncer, sem uma base em Mossoró, obrigados a se deslocarem para cidades maiores? Muitos não têm condições disso e é obrigado de todo agente público garantir a saúde e o atendimento de qualidade.
Na época do repasse, a deputada disse: “Sabemos da importância da Liga para os mossoroenses. A destinação de emendas para a área da saúde neste momento de pandemia é da mais profunda necessidade. Nosso mandato tem se engajado de todas as formas possíveis para que possamos contribuir com ações imediatas no combate e enfretamento ao Covid-19. A luta pela vida não para!”. E neste momento, surge outra luta: a de impedir a suspensão dos serviços deste importante centro de atendimento oncológico.