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SAÚDE
Da redação
05/10/2015 08:12
Atualizado
13/12/2018 18:08

Aposentado que matou a mulher a pauladas no banco dos réus

Promotoria de Justiça pediu a condenação do réu por homicidio qualificado e a defesa alegou que o réu sofre de esquizofrenia, que piorou em função da convivência tumultuada com a mulher viciada
Cezar Alves

O aposentado José Avelino da Silva, de 53 anos, de Cerro Corá/RN, está sendo julgado nesta segunda-feira, 5, em Mossoró, por ter matado com uma ‘ripa’ a mulher Heloísa Maria do Navegantes da Silva, na época com 25 anos, às 18h do dia 2 de setembro de 2008, no bairro Alto da Pelonha, em Mossoró. Motivo do crime: a vítima, que estava grávida, não queria mais viver com o réu.

Dedé, como é mais conhecido José Avelino, está sendo julgado pelo Tribunal do Júri Popular, sob a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros. A denúncia em plenário está sendo feita pelo promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro e a defesa pelo advogado Justino Dantas Junior.

O julgamento começou às 8h com o sorteio do Conselho de Sentença, neste julgamento formado por seis homens e uma mulher. Em seguida, o juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros interrogou o réu no plenário, sendo acompanhado pelo promotor Armando Lúcio e do advogado Justino Dantas.

Na abertura dos debates, o promotor Armando Lúcio Ribeiro relatou que Dedé vivia com a mulher bem mais nova do que ele numa casa simples no bairro Alto da Pelonha. Disse que durante a convivência do acusado com a vítima tiveram três filhos e perderam outros três devido a espancamentos sofridos pela vítima.

Ainda conforme o promotor Armando Lúcio Ribeiro, Dedé nutria ciúme doentio pela mulher. No dia do crime, “a vítima estava sentada no batente de casa e ele chegou por trás e meteu o pau na cabeça, bateu forte e várias vezes. Depois a testemunha ainda relata que ele foi até a esquina e voltou para bater mais”, relata o promotor.

O representante do Ministério Público Estadual destacou que após cometer o crime com requintes de crueldade, Dedé foi dormir na casa da mãe. A vítima ainda chegou a ser socorrida. “Ela foi encontrada pelas testemunhas jorrando sangue pela boca. Havia sangue nas paredes”, destaca o promotor. Tiazinha, como era mais conhecida a vítima, ainda foi socorrida, mas não resistiu.

Já o advogado de defesa Justino Dantas contou outra história. Disse que Dedé tem problemas em função da depressão e que mesmo assim trabalhava de vigilante. Lembrou que em 2002 o réu esteve internado com esquizofrenia (teve outras 6 vezes internado com o mesm problema) e que o quadro se agravou com a convivência tumultuado com a vítima Tiazinha, que chegava a fazer programas para comprar crack.

Justino Dantas acrescentou que no dia do ocorrido, a vítima teria tentado agredi-lo com uma ripa. "Lembrar que 15 dias antes do assassinato, o filho do casal havia falecido por desnutrição. Isto tudo para um cidadão que sofre com esquizofrenia, que certamente se agravou muito", destaca Justino dutra, acrescentando que todo o contexto que ocorria dentro do seio familiar merece ser analisado pelo Conselho de Sentença antes de decidir.

O julgamento deve terminar no início da tarde, com o Conselho de Sentença se reunindo para decidir, secretamente, se Dedé merece ser condenado ou não pela morte de Tiazinha, ocorrido no início da noite do dia 2 de setembro 2008.

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