29 ABR 2024 | ATUALIZADO 17:14
EDUCAÇÃO
ANNA PAULA BRITO
18/12/2020 19:04
Atualizado
18/12/2020 19:05

“Por que não fez isso antes, deixou pra fazer no apagar das luzes?”

O questionamento é do reitor eleito do IFRN, Professor José Arnóbio, com relação ao Termo de Execução Descentralizada que destina R$ 1 milhão para cursos de capacitação de servidores na UFERSA; ,O TED foi assinado na madrugada desta sexta-feira (18), por José Ribeiro de Souza Filho, Reitor Pro Tempore em Exercício; Arnóbio lembra que o IF possui a Funcern que faz a mesma função, então por que destinar recursos a uma fundação de outra instituição e às vésperas de deixar o cargo?
FOTO: REPRODUÇÃO

O Reitor Pro Tempore em Exercício do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), José Ribeiro de Souza Filho, assinou, na madrugada desta quinta-feira (18), um Termo de Execução Descentralizada (TED), destinando uma verba no valor de R$ 1 milhão para capacitação de servidores na UFERSA.

Na prática, o termo celebra parceria para oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu, dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal Rural do Semiárido, volta a servidores do IFRN.

Nada que seja ilegal. O que causou espanto à comunidade acadêmica foi o fato de o TED ter sido assinado eletronicamente às 4h17 desta sexta e às vésperas da atual gestão deixar o comando do instituto.

Veja o documento AQUI.

Isso porque, na sexta-feira (11), a juíza federal Gisele Maria da Silva Araújo Leite determinou que a gestão pro tempore deixe o cargo e estabeleceu o prazo de 5 dias para que o reitor eleito pela comunidade tome posse no Instituto. Fato este que, uma semana depois, ainda não aconteceu.

Veja mais:

Justiça Federal determina a posse do reitor eleito democraticamente no IFRN


O MOSSORÓ HOJE conversou com o reitor eleito, professor José Arnóbio, que explicou que realmente não é ilegal a atitude do reitor pro tempore em exercício.

No entanto, ele questiona o motivo de a gestão ter esperado 8 meses, desde que assumiu o cargo, para tomar tal atitude, principalmente em um momento em que pode ser destituída a qualquer momento. “Porque não fez isso antes, deixou pra fazer no apagar das luzes?. Agora ficamos amarrados a esse TED”, diz.

Outro ponto apontado pelo professor Arnóbio é o fato de o próprio instituto possuir uma fundação que poderia muito bem exercer esse papel de oferecer formação aos servidores.

“A Fundação de Apoio ao IFRN (Funcern) possui um know how, uma história, atende inclusive a outros Institutos e universidades que não possuem fundações próprias. Então por que remanejar esse montante para uma fundação dentro de outra universidade e não valorizar o que é nosso?”, questiona.

Arnóbio ainda lembra que anos atrás houve um investimento semelhante para capacitação de servidores, mas este foi amplamente debatido com a comunidade, houve um plano de trabalho.

“Tomamos conhecimento sobre a assinatura desse TED por volta das 11h30. Daí fica mais um questionamento sobre qual será o plano de trabalho pra essa capacitação? Quem será capacitado? Quais critérios serão utilizados para a escolha deste servidores? Nada disso foi discutido com a comunidade acadêmica”, diz.

Explica também que essa verba poderia já estar sendo utilizada, mesmo diante da pandemia, com capacitações online para os servidores, conforme vem sendo realizadas com os alunos, mas ao invés disso, a gestão pro tempore deixou para remanejar todo o valor agora.


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