25 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:26
SAÚDE
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
13/03/2021 13:58
Atualizado
13/03/2021 14:05

Cientistas encontram possível mutação do coronavirus em Natal

Antes, já havia sido identificado novas cepas no Amazonas e Rio de Janeiro, já reconhecido pela comunidade científica internacional; Neste dia 12 foi publicado o artigo do grupo de 22 cientistas apontando esta nova mutação (cepa) do novo coronavirus e apontam Natal como origem; O estudo agora será submetido por pesquisadores de vários países
Antes, já havia sido identificado novas cepas no Amazonas e Rio de Janeiro, já reconhecido pela comunidade científica internacional; Neste dia 12 foi publicado o artigo do grupo de 22 cientistas apontando esta nova mutação (cepa) do novo coronavirus e apontam Natal como origem; O estudo agora será submetido por pesquisadores de vários países
FOTO: RICARDO WOLFFENBUTTEL

Pesquisadores de cinco estados brasileiros sequenciaram amostras que indicam uma possível nova linhagem do novo coronavírus (SARS-CoV-2) em circulação no país, segundo informou hoje (12) o Laboratório Nacional de Computação Científica, um instituto do Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações (MCTI) localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Além da linhagem identificada no Reino Unido, o Brasil já tem casos confirmados de duas variantes (P.1 e P.2), que surgiram a partir de cepas que circulavam no país.

A possível nova linhagem foi encontrada no sequenciamento de três amostras, em um universo de 195 que foram analisadas por pesquisadores do Amazonas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro. Essa identificação, entretanto, permitiu descobrir que já havia outras amostras com as mesmas características sequenciadas.

O trabalho foi organizado pelo Laboratório de Bioinformática (Labinfo) do LNCC, e também participaram quatro universidade públicas: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ao todo, 22 pesquisadores assinam a publicação, que foi submetida a um periódico científico ao mesmo tempo em que os sequenciamentos foram depositados em uma base de dados públicos internacionais (Gisaid).

A coordenadora do Labinfo, Ana Tereza Vasconcelos, explica que os dados compartilhados serão analisados por outros pesquisadores ao redor do mundo para que a identificação da nova linhagem seja confirmada pela comunidade científica. Segundo a cientista, as amostras em que a mutação foi encontrada são de Natal, no Rio Grande do Norte, e do interior da Bahia.

"Essas mutações não interferem na vacina, mas demonstram que o vírus está mudando o tempo inteiro, e quanto mais as pessoas estiverem na rua sem máscara e sem medidas de proteção individual, mais o vírus vai mudar e mais variantes vão surgir. É mais uma demonstração de que o vírus está circulando livremente", diz Ana Tereza Vasconcelos, que reforça o pedido pelo respeito às medidas de prevenção, como evitar aglomerações, usar máscaras e higienizar as mãos.

A possível nova linhagem teria se originado da linhagem B.1.1.33, já presente no Brasil desde o início de 2020. A mutação apresentada é a E484K, na proteína S, estrutura que forma a coroa de espinhos que dá nome ao novo coronavírus. Essa mutação é associada ao escape do sistema imunológico, o que, segundo a coordenadora do Labinfo, ainda precisa ser confirmado por mais estudos.

"Essa mutação já foi relacionada a vírus que conseguem escapar do sistema imunológico do hospedeiro. Os vírus estão tentando sobreviver, e eles têm mecanismos de escape. A gente acredita que essa nova linhagem pode ter esse mesmo mecanismo", afirma a pesquisadora.

Essa mesma mutação já foi identificada nas variantes P.1 e P.2, originadas no Brasil a partir da linhagem B.1.1.28, e também também está entre as modificações genéticas encontradas nas variantes descobertas no Reino Unido e na África do Sul.

A mutação é um processo comum na reprodução dos vírus, que se multiplicam rapidamente e podem produzir versões geneticamente diferentes nesse processo. A maior circulação do vírus faz com que mais organismos se multipliquem, o que aumenta as chances de uma mutação ocorrer. Para que uma nova linhagem surja, no entanto, é necessário que essa mutação seja identificada em diversos indivíduos de uma determinada linhagem.

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário