26 ABR 2024 | ATUALIZADO 10:01
POLÍTICA
05/05/2021 15:51
Atualizado
05/05/2021 15:59

Em depoimento na CPI da Pandemia, Teich diz que deixou governo por falta de autonomia

O ex-ministro da saúde, que passou menos de um mês à frente da pasta afirmou, nesta quarta-feira (5), que não sabia da produção de cloroquina pelo Exército e que sua orientação sempre foi contrária ao uso desse e de outros medicamentos sem comprovação científica no enfrentamento da crise sanitária. Segundo Teich, “existia um entendimento diferente pelo presidente” Jair Bolsonaro, fato que motivou sua saída do comando da pasta.
FOTO: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse nesta quarta-feira (5) em depoimento à CPI da Pandemia que deixou o governo por ter percebido que não teria autonomia para conduzir a pasta.

Ele afirmou que não sabia da produção de cloroquina pelo Exército e que sua orientação sempre foi contrária ao uso desse e de outros medicamentos sem comprovação científica no enfretamento da crise sanitária.

Segundo Teich, que ficou menos de um mês no cargo, “existia um entendimento diferente pelo presidente” Jair Bolsonaro, fato que motivou sua saída do comando da pasta. “Esse era o problema pontual, mas isso refletia falta de autonomia”, disse Teich.

Em resposta ao relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-ministro afirmou que nunca foi consultado sobre a produção e distribuição de cloroquina, mas não descartou que possa ter ocorrido, mas “nunca sob minha orientação”, apontou.

O ex-ministro, que é médico oncologista, reforçou que seu posicionamento se estende a outros medicamentos sem comprovação e ressaltou que a cloroquina tem efeitos colaterais.


DEPOIMENTO NESTA QUARTA

Nelson Teich começou a ser ouvido na CPI da Pandemia por volta das 10h desta quarta-feira (5). Ele é o segundo ex-ministro do governo Bolsonaro a ser ouvido pelos senadores.

O depoimento de Teich estava previsto para ocorrer nesta terça-feira (4), mas teve de ser adiado devido ao grande número de perguntas dirigidas ao também ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, primeiro a ser ouvido pela CPI.

Veja mais:

“Se tivesse acreditado que o vírus não chegaria no Brasil teria sido uma carnificina”, diz Mandetta


Já o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello, que estava agendado para hoje, foi adiado por 15 dias a pedido dele. Pazuello alegou risco de contaminação por ter se encontrado recentemente com pessoas com covid-19.

Ele é o mais recente ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro e foi sucedido por Marcelo Queiroga, que deve depor à CPI na quinta-feira (6).

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que os depoimentos não podem ser remotos. Alguns senadores chegaram a levantar a hipótese de que a história de Pazuello seria uma desculpa para adiar o depoimento.


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