31 OUT 2024 | ATUALIZADO 19:03
NACIONAL
COM INFORMAÇÕES DO G1/SC
20/05/2021 08:43
Atualizado
20/05/2021 08:47

“Uma dose de esperança", diz mãe de bebê que nasceu com anticorpos contra a Covid-19

Talita Mengali Izidoro, é médica, trabalha em um posto de saúde da cidade e foi vacinada quando estava com 34 semanas de gestação. Enrico nasceu no dia 9 de abril, na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. O teste que comprovou a presença de anticorpos para o coronavírus foi realizado dois dias depois, sendo avaliado por diferentes médicos, incluindo o secretário municipal de saúde da cidade, o obstetra que acompanhou a criança, além da mãe de Enrico e dos profissionais do laboratório que fez o exame. "Ficamos felizes e emocionados e que sirva de incentivo à outras gestantes”, disse Talita.
FOTO: TALITA MANGALI/ARQUIVO PESSOAL

A Secretaria de Saúde de Tubarão, no Sul catarinense, informou nesta quarta-feira (19) que um bebê nasceu com anticorpos contra a Covid-19 na cidade. A mãe, Talita Mengali Izidoro, é médica, trabalha em um posto de saúde da cidade e foi vacinada quando estava com 34 semanas de gestação.

"Ficamos felizes e emocionados e que sirva de incentivo à outras gestantes. É uma dose de esperança a todos", afirma a mãe do bebê.

Enrico nasceu no dia 9 de abril e o teste que comprovou a presença de anticorpos foi realizado dois dias depois, sendo avaliado por diferentes médicos, incluindo o secretário municipal de saúde da cidade, o obstetra que acompanhou a criança, além da mãe de Enrico e dos profissionais do laboratório que fez o exame.

O resultado mostrou 22% de anticorpos na amostra analisada. Segundo o Secretário de Saúde da cidade, o médico Daisson José Trevisol, esse é o primeiro caso documentado da região.

"É o primeiro caso de Tubarão sem dúvida nenhuma e na região também. Provavelmente seja o primeiro caso em Santa Catarina", declarou Daisson.

O teste de neutralização SARS-COV-2 foi feito com amostras de sangue da criança por um laboratório catarinense e encaminhado para análise fora do Estado. Com o resultado em mãos, mostrando que as amostras eram reagentes, ou seja, tinham anticorpos contra o vírus, a família decidiu enviar o exame para especialistas, que confirmaram o fato.

Um artigo científico está sendo elaborado no programa de Pós Graduação de uma universidade na região para documentar a descoberta e publicá-la. Participam do estudo a gerente e o secretário de Saúde do município, pesquisadores da universidade e a própria mãe.

A Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) foi comunicada sobre o caso e informou ao G1 que vai aguardar um relatório para acompanhamento.

"Informamos que ainda não há protocolos estabelecidos pelo Ministério de Saúde (MS) para indicação e avaliação laboratorial de recém-nascidos de mães imunizadas contra a COVID-19", disse a Dive em nota.

Questionado pelo G1 SC, o Ministério da Saúde não informou se foi notificado e se há outros casos semelhantes no país.

Enrico será acompanhado e passará por novos exames com 3 e 6 meses de vida para avaliar se ele segue com a presença dos anticorpos no sangue da criança. Isso porque a duração da proteção do anticorpo em um bebê ainda é desconhecida.

"Com o aleitamento espera-se que aumente ainda mais os níveis [de anticorpos]. É isso que vamos verificar posteriormente", conclui o secretário de saúde.

Mesmo com o resultado de neutralização do SARS-COV-2, a família não relaxou nos cuidados, conta a mãe.

A decisão de se vacinar, segundo ela, foi tomada em conjunto com o médico obstetra que acompanhava a família. Talita trabalha na linha de frente no Posto de Saúde do bairro Morrote e não deixou de atuar durante a gestação. A médica não pegou Covid-19 nem antes e nem durante a gravidez.

"Foi feito com a Coronavac, que é de vírus inativado e eu tomei no terceiro trimestre, que é quando o bebê já está formado e os riscos diminuiriam ainda mais. Meu obstetra foi fundamental na decisão e me deixou super tranquila. Na época o Ministério da Saúde recomendava que as gestantes só poderiam tomar se tivessem com atestado recomendando e se tivesse na linha de frente como aconteceu comigo", explica a mãe de Enrico.

Talita recebeu a segunda dose 15 dias depois da primeira aplicação. "Não tive medo algum, pois como médica estava na linha de frente e a vacina traria muitos mais benefícios", relembra.


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