Acompanhado dos deputados federais Beto Rosado, General Girão e Benes Leocádio, o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, frustrou a população de Mossoró, em especial da zona rural, em sua passagem pela cidade neste inicio de semana.
No início da manhã desta segunda-feira, 27, o ministro concedeu entrevista ao programa de Carlos Cavalcante, da Rádio Difusora. Em seguida, concedeu entrevista ao JORNAL MOSSORO HOJE e aos radialistas Wellington Morais e Joaozinho GPS, para o restante da programação da rádio.
Acrescentou que estava em Mossoró para três importantes eventos: lançamento da Rota da Fruticultura, entregar o dessalinizador do Programa Água Doce na zona rural de Mossoró, e entregar equipamentos a 39 municípios. “São tratores, compactadores, caminhões”, diz o ministro.
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Indagamos ao ministro, se a ideia do Governo Federal é desenvolver a região, porque não faz a estrada do cajueiro (BR 437), interligando a BR 405 a BR 116. Rogério Marinho disse que o Rio Grande do Norte tem uma bancada federal e que esta é quem deve destinar recursos ou somar esforços para esta importante rodovia ser feita.
Às 10 horas, participou de solenidade (CDL) no Centro de Mossoró. Constava na Agenda lançamento da Rota da Fruticultura e entregar tratores, motoniveladoras, caminhões para 39 municípios da região Oeste, um benefício que o ministro disse que era destinado para 166 municípios do RN, deixando de fora apenas a capital Natal.
O prefeito Allyson Bezerra esteve nesta solenidade no CDL, ocasião que concedeu entrevista dizendo que, entre os benefícios que o ministro Rogério Marinho poderia trazer para Mossoró, elegeu como prioridade exatamente água para abastecer a zona rural do município de Mossoró. Rogério Marinho também afirmou que iria acabar com a dependência do carro pipa.
Entretanto, Rogério Marinho não entregou nenhuma máquina para Mossoró. Dezenas de máquinas que estavam no pátio da Universidade Federal Rural do Semi Árido estão sendo entregues pelo próprio Rogério Marinho e outras pelo deputado federal Benes Leocádio aos prefeitos da região, durante visita pessoal nestas cidades.
Após deixar a cidade de Mossoró sem nada,
A agenda que estava prevista ao lado do prefeito Allyson Bezerra para às 15 horas no Assentamento Cheiro da Terra, o ministro Rogério Marinho antecipou para às 13 horas e não comunicou ao cerimonial do Palácio da Resistência e nem ao prefeito Allyson Bezerra.
No Assentamento Cheiro da Terra, o ministro Rogério Marinho, ao lado do Coronel Azevedo, entregou o dessalinizador enviado pelo Governo Federal para o Programa Água Doce, instalado numa estrutura elétrica que a Prefeitura de Mossoró, num esforço da Secretaria de Agricultura, providenciou para o sistema funcionar.
Entretanto, a placa de inauguração da “obra” não consta o nome do prefeito municipal, Allyson Bezerra. Só consta o nome do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, da Governadora Fátima Bezerra e do ministro Rogério Simonetti Marinho. O projeto é executado com 90% recursos federais e 10% recursos do Estado.
Encerrada o evento, o ministro seguiu com sua comitiva para Natal, onde disse que tinha outras solenidades. Na prática, o ministro Rogério Marinho veio a Mossoró apenas conceder entrevistas, prometer instituir a Rota da Fruta e entregar o dessalinizador numa estrutura feita pela Prefeitura.
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Ainda na comunidade, o ministro Rogério Marinho foi informado pela equipe do MOSSORÓ HOJE de que o poço que iria produzir água para ser dessanilizada não estava funcionando. Uma bomba caiu dentro e não conseguiram "pescar". O ministro prometeu perfurar outro poço na comunidade através da Codevasf.
As 53 famílias do assentamento Cheiro da Terra estão vivendo em situação de desespero. Existe água para beber, mas falta para os animais, para lavar roupa, pratos, tomar banho ou plantar uma horta no quintal, diz o aposentado João Barbosa, que já considerou a possibilidade de ir embora do assentamento.
Antônia Lucia Pereira diz que não pode fazer nada em casa sem água. “Aqui tá só pingando nas torneiras. Estamos com roupas encostadas, porque a água não dá pra lavar”. Para o gado, nós temos um poço alí, que a água é pouca, pois tem uma bomba engasgada em baixo”, diz reclama outro morador.
Sobre a produção no assentamento, os moradores disseram que o inverno foi fraco e a safra de caju e castanha não vingou. Também não teve colheita de feijão, milho e sorgo. A criação sofre com a falta de água para beber e também de alimento.
O que os assentados querem é um poço! Eles estão comprando um carro pipa de 10 mil litros de água por R$ 250,00. Eles reclamam que todos os moradores são famílias humildes, de poucas poses e não tem condições de comprar dois carros pipas de água todo mês. A situação é de desespero e esperam ajuda do governo.