18 ABR 2024 | ATUALIZADO 16:22
VARIEDADES
14/11/2021 09:47
Atualizado
14/11/2021 11:07

Moradores da Serra do João do Vale contam a história do messiânico Joaquim Ramalho

Os relatos históricos estão no Documentário Messiânicos, dirigido pelo jornalista Tarcio Araújo, apaixonado pela Serra do João Vale, localizada entre as cidades de Jucurutu, Triunfo Potiguar e Belém do Brejo do Cruz (PB); O beato Joaquim Ramalho praticou no sertão Potiguar o messianismo híbrido, mais ou menos o que Antônio Conselheiro fez em Canudos, no Sertão Baiano, relatado por Euclides da Cunha em Os Sertões. O documentário será lançado no dia 18 de dezembro, na própria comunidade.
Os relatos históricos estão no Documentário Messiânicos, dirigido pelo jornalista Tarcio Araújo, apaixonado pela Serra do João Vale, localizada entre as cidades de Jucurutu, Triunfo Potiguar e Belém do Brejo do Cruz (PB); O beato Joaquim Ramalho praticou no sertão Potiguar o messianismo híbrido, mais ou menos o que Antônio Conselheiro fez em Canudos, no Sertão Baiano, relatado por Euclides da Cunha em Os Sertões. O documentário será lançado no dia 18 de dezembro, na própria comunidade.
REPRODUÇÃO

Marcado para 18 de Dezembro o lançamento do Documentário Messiânicos, de direção do jornalista Tárcio Araújo, da FM 95/TCM/Mossoró. A obra audiovisual narra evento religioso ocorrido na serra de João do Vale-RN no ano de 1899.

O acontecimento místico reuniu milhares de fiéis sertanejos em torno da pregação do beato Joaquim Ramalho, líder carismático e religioso que habitou a região em finais do século XIX, que quase transformou a região na divisa do RN com a Paraíba numa Canudos descrita em Os Sertões, por Euclides da Cunha.

O documentário tem duração de 23 minutos e sua narrativa traz depoimentos dos próprios moradores da localidade, através de memórias orais dos seus antepassados que vivenciaram o acontecimento. Escritores e estudiosos do assunto também participaram das gravações que ocorreram entre Maio e Agosto de 2020 na própria comunidade.


O documentário será lançado na própria serra de João Vale com a presença dos moradores e participantes do filme. Para 2022 a obra será exibida em festivais de cinema e vídeo, dentro e fora do Rio Grande do Norte.

O jornalista Tárcio Araujo conta que a intenção é difundir um episódio que segundo ele ainda é desconhecido pela historiografia potiguar ‘Guardada as devidas proporções, o evento liderado pelo Beato Joaquim Ramalho se assemelha no seu contexto histórico e social ao que ocorreu em Canudos e outras localidades durante o século XIX, quando o chamado messianismo dos sertanejos era uma das saídas para as mazelas do povo. É importante que as pessoas saibam que no Rio Grande do Norte houve messianismo sim. Isso não pode passar ao largo da nossa história’, Comenta.


O messianismo

O documentário terminou por revelar um tipo de messianismo híbrido, praticado pelo beato Joaquim Ramalho.  A palavra messianismo geralmente é associado a uma pessoa especial, dotada de poderes de cura e que  encaminha seus seguidores a um ambiente de paz e prosperidade.

Existe registro desde o início da era cristã que se pratica o messianismo, que é dividido pelos historiadores como Judaíco, Cristão, Português (Sebastianismo) entre outros. No caso de Joaquim Ramalho, a professora, mestre em história dos sertões, Vikelane Oliveira, da UFRN,  mesclava conceitos do catolicismo e  espiritismo.


Serra de João do Vale


A Serra de João do Vale ocupa uma área de 277 km2 entre os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

Trata-se de um maciço serrano localizado entre os municípios de Triunfo Potiguar, Jucurutu, Campo Grande e Belém do Brejo do Cruz na Paraíba.

Com altitude de 730 metros do nível do mar, a região tem clima ameno, mesmo em períodos de estiagem. Na região, moram aproximadamente 2 mil moradores.

O acesso a Serra de João do Vale pode ser por Jucurutu (19km) ou Triunfo Potiguar (17km) ainda em estradas de barro. Fica distante 275 km de Natal e 130 km de Mossoró.

O nome João do Vale vem de um de seus proprietários, o Capitão-mor João do Vale Bezerra, que comprou a propriedade num leilão em 1761.

A economia local ao longo deste tempo se desenvolveu na agricultura de sequeiro, consorciado com a produção de castanha de caju no segundo período do ano.

Mais recentemente começou o ecoturismo, atraído pelo clima frio (mesma altitude de Martins-RN) e também estudos para a produção de energia eólica.


FICHA TÉCNICA

Direção e roteiro - Tarcio Araújo 

Imagens Adriano Pinheiro 

Imagens e edição - Francinildo Silva 

Finalização Deon Júnior 

Apoio técnico Everton Maia

Notas

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