A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, a pedido do senador potiguar Jean Paul Prates, aprovou convocação do presidente da Petrobras, general Joaquim Luna e Silva, para explicar o rateamento de 101 bilhões do lucro da companha aos acionistas.
Além do general, o senador também convocou Rodrigo Araújo, diretor-executivo financeiro e de relacionamento com investidores da estatal; e Rodolfo Landin, presidente do Flamengo recém-indicado ao cargo de presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Também terá que comparecer ao CAE Rosangela Buzanelli Torres, que é conselheira representante dos trabalhadores da Petrobras. Eles vão explicar as razões pelas quais aprovaram distribuir 95% dos lucros da Petrobras aos acionistas e não 25%, como de costume.
O lucro da Petrobras, em 2020, foi de 7,11 bilhões, já considerado valor alto. Já em 2021, o lucro da Petrobras aumentou 1.400%, ou seja, foi de R$ 106 bilhões. Deste valor, 75% deste valor deveria ter ficado com a companhia para investir em sua estruturação no Brasil.
Entretanto, o Conselho Administrativo, formado por 11 pessoas, sendo que 7 indicadas por Bolsonaro, decidiram dividir não 25%, mas mais de 95% do lucro, ou seja, 101 bilhões aos acionistas, e gordas compensações aos diretores e presidente da companhia.
Este lucro absurdamente alto, segundo o senador Jean, que é especialista no assunto, é retirado do suor do brasileiro, devido a uma política de preços impostas ainda no Governo Temer e que foi mantida por Bolsonaro, com a paridade de preço internacional.
A data para o depoimento de Luna e Silva, o diretor e os conselheiros no CAE ainda não foi marcado, o que deve ocorrer esta semana.
Para entender o quanto é prejudicial aos brasileiros a paridade de preços internacionais imposta pelo Governo Temer e mantido por Bolsonaro vamos abordar em dois ângulos.
No primeiro, os preços dos derivados de petróleo passam a ser reajustado Brasil conforme o preço do dólar e principalmente do barril de petróleo no mercado internacional, que, por sua vez, aumenta ou desce de acordo com o humor da geopolítica internacional.
O rompimento de um duto na Nigéria, faz aumentar o preço do barril de petróleo na bolsa de Nova Yorque e o brasileiro paga a conta ao abastecer o carro. O mesmo acontece se ocorrer uma geada forte nos Estados Unidos ou uma guerra como esta da Ucrânia.
No segundo ponto, não é justo que o brasileiro, em especial os mais humildes, paguem pelos derivados de petróleo o mesmo que o japonês, polonês, alemão, holandês, entre outros, considerando que o Brasil produz 100% do óleo que precisa e refina 90%.
O preço de produção de um barril de petróleo no Brasil vai de 30 a 40 dólares, enquanto o valor do derivado de petróleo vendido nos postos é calculado pelo preço do barril de petróleo no mercado internacional, que deve passar dos 120 dólares esta semana, em função da guerra.
Ainda nesta mesma linha de raciocínio, enquanto o brasileiro precisa usar 25% do salário-mínimo para encher o tanque do carro, em países que não produzem petróleo, como Japão, Holanda, entre outros, usam, no máximo, 5% do salário-mínimo para encher o tanque.