Duas grandes batidas policiais ocorreran nesta quarta-feira (18) no subúrbio de Saint Denis, ao norte de Paris, que abriga o estádio nacional Stade de France, local de um dos ataques de sexta-feira (13).
Ocorreu operações em dois apartamentos. Segundo a polícia francesa, o lugar estava sob vigilância desde terça-feira (17).
Pelo menos dois suspeitos de terrorismo foram mortos no ataque ao apartamento. Cinco policiais ficaram feridos, e uma cadela policial morreu, disse a polícia.
Um dos terroristas mortos era uma mulher-bomba, parente de Abdelhamid Abaaoud, o militante do Estado Islâmico apontado como mentor dos atentados de Paris e alvo da ação, que se explodiu com um colete suicida, disseram as autoridades.
Fontes policiais disseram que o ataque foi "na hora certa". Ainda segundo essas fontes, os suspeitos estavam "prestes a desencadear uma nova operação terrorista na Europa".
Na operação sete prisões foram feitas. Três deles estavam no apartamento. Também eles participaram da incursão militar.
A área foi isolada por policiais fortemente armados e soldados e fechada para o transporte público e comércio. As escolas da região também foram fechadas.
O suposto mentor dos ataques que causaram 129 mortos em Paris, Abdelhamid Abaaoud, foi o principal alvo do ataque, disse um alto funcionário do contraterrorismo belga, mas advertiu que as autoridades não tinham certeza de que Abaaoud estava no lugar.
Sete dos agressores foram mortos durante os ataques na sexta-feira (13) à noite. Contra outro terrorista pesa um mandado internacional de detenção; é Abdeslam Salah, 26 anos de idade e de nacionalidade francesa.
Uma mulher que estava no prédio que foi alvo da ação policial descreveu a operação à BBC. Ela disse que estava no andar de baixo do apartamento invadido, e que achou que o teto iria desabar de tantas explosões que ouviu no local. Ela se escondeu no banheiro de seu apartamento, e ouviu tiros, gritos e pessoas falando “atirem, atirem”.
Riad Moudache, um residente local, foi preso pela polícia, que pediu para evacuar a área. Ele teria desobedecido as ordens policiais e correu para casa para encontrar sua filha, de 3 anos. "Estou preocupado com a minha filha", disse ele. "Minha prioridade é proteger".
Saadana Aymen, 29 anos, que vive vizinho ao local da operação policial, disse que não podia acreditar no que estava acontecendo em sua vizinhança. "Quando você pensa em Saint-Denis, você não acredita que os terroristas estão aqui". Estou impressionado! Por que os terroristas tomaram este bairro?", questionou.
As autoridades procuram chamar de "nono suspeito", que aparecem em um vídeo gravado por uma testemunha dos ataques de Paris.
A polícia analisou o vídeo, que mostra dois homens armados dentro de um carro preto ligados aos ataques e talvez uma terceira pessoa dirigindo o carro, segundo a imprensa francesa.