O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, em um pronunciamento no Parlamento francês, na manhã desta quinta-feira (19), afirmou que toda a Europa está sob o risco de sofrer novos ataques terroristas e é grande a possibilidade do uso de armas químicas e biológicas por parte dos extremistas islâmicos.
Saiba mais: Estado Islâmico faz uso de armas químicas em guerra na Síria e Iraque
"Nós não podemos descartar nada. Eu digo isso com todo o cuidado necessário. Mas nós sabemos e temos em mente que existe um risco de armas químicas ou bacteriológicas", disse Valls, pedindo que o Parlamento aprove a extensão do estado de emergência que está em vigor desde os ataques na capital.
Segundo Valls, é necessário nesse momento histórico no país que sejam superadas toda e qualquer diferença política entre os parlamentares franceses. "Nesse momento, não existe oposição ou governismo. Somos franceses e precisamos vencer essa real ameaça e livrar nosso povo".
"A imaginação macabra dos mentores [do ataque] é ilimitada", ele acrescentou. "O terrorismo atingiu a França não por causa do que ela faz na Síria e no Iraque (...) mas pelo que ela é", afirmou o premiê.
Na quarta-feira (18), o governo apresentou formalmente ao Parlamento a proposta de estender o estado de emergência, originalmente de 12 dias, para 3 meses. Caso a medida seja aprovada, autoridades terão permissão para proibir "qualquer associação ou encontro", incluindo mesquitas e grupos comunitários.
Ao defender a proposta, Valls disse que "a segurança é a primeira das liberdades", e anunciou a criação de uma estrutura para conter jovens radicalizados.
A extensão do estado de emergência deve ser debatida e votada pelos deputados nesta quinta, e pelos senadores na sexta (20).