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SAÚDE
Da redação
20/11/2015 09:59
Atualizado
13/12/2018 01:23

Estudantes bloqueiam ônibus no Centro de Mossoró devido ao preço da tarifa

Subsecretário de Mobilidade explica que não teve aumento e sim um ajuste tarifário conforme a legislação. Disse que os estudantes não queriam ouvir para compreender a questão e sim só protestar
Cezar Alves

Um grupo de pouco mais de 20 estudantes, com bandeira do PSOL, PT e PSTU, protestam em Mossoró contra o aumento na passagem de ônibus coletivos de R$ 2,00 para R$ 3,00. Gritaram e pularam dentro da recepção da Prefeitura Municipal e estão bloquearam, por alguns instantes, a passagem dos ônibus coletivos no Centro de Mossoró, no sentido Centro Alto São Manoel.

O Decreto Municipal autorizando o aumento da passagem nos ônibus de transportes coletivos deve ser publicado ainda hoje no Jornal Oficial do Município (JOM). “Não é um aumento na passagem do ônibus. É um ajuste tarifário”, explica o subsecretário de Mobilidade Urbana de Mossoró, Francidaule Amorim, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira.

Ainda conforme Francidaule Amorim, o ajuste tarifário é necessário para manter o equilíbrio financeiro para que o sistema de transporte público se sustente. Ele explicou que o problema do transporte público em Mossoró é antigo e nunca um gestor teve coragem de encarar para resolver, daí as pessoas arranjaram uma maneira alternativa de se locomover.

Entretanto, o gerente de transporte Luiz Correia, explicou que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte fez um estudo e detectou que 75% da população de Mossoró anda no vermelho, ou seja, custeia o transporte próprio (carro e moto) ferindo o orçamento familiar, porque a cidade não dispunha de um bom serviço de transporte público coletivo. Nosso objetivo é oferecer este transporte público bom.

Francidaule Amorim disse que diante deste quadro e o fato de que a empresa que explorava o transporte público em Mossoró atuava ilegal, o atual gestor Francisco José Júnior adotou uma série de medidas, tal seja legalizar e organizar o sistema de taxi e mototaxi, bem como de transportes alternativos de outras cidades para permitir o retorno do transporte coletivo.

O secretário de Mobilidade Urbana, Charlejandro Rustayne, em entrevista AO MOSSORÓ HOJE, disse que na próxima semana a Prefeitura vai começar a construir as paradas de ônibus, ao todo, serão 48 unidades dentro de Mossoró, num investimento superior a R$ 2 milhões, dos cofres públicos federais, com contrapartida da Prefeitura Municipal de Mossoró.

Ainda conforme o Charlejandro Rustayne, o prefeito Francisco José Junior conseguiu no Ministério das Cidades recursos para asfaltar os corredores dos ônibus dentro de Mossoró. A projeção, conforme Francidaule Amorim, é colocar pelo menos 41 linhas dentro de toda a cidade, considerando o resultado de um estudo minucioso feito na cidade.

Para instalar o transporte público coletivo, Francidaule Amorim disse que emergencialmente foi atraído para Mossoró a empresa Ocimar Transportes, que colocou à disposição mais de 30 ônibus (novos e seminovos) para circular na cidade. Entretanto, neste mesmo período, ocorreu a greve das universidades e os ônibus perderam mais de 15 usuários.

Operando no vermelho e com várias linhas dando prejuízo, a empresa Ocimar Transporte cogitou, inclusive, ir embora. Sem receber salários, os motoristas dos ônibus fizeram greve. Diante do quadro, os vereadores realizaram Audiência Pública e chamara a empresa Ocimar.

Nesta audiência, a Ocimar apresentou na Câmara Municipal apontando os prejuízos em função dos autos custos de manutenção da frota (combustível, mecânico, salários dos motoristas, impostos) e o faturamento baixo devido ao preço da passagem ser apenas R$ 2,00.

Apontou como problemas também cerca de 12 mil usuários gratuitos, que são idosos e portadores de deficiência, assim como também a meia entrada dos estudantes. “Instalamos a identificação facial e descobrimos que pelo menos 6 mil usuários que se diziam idosos e portadores de deficiência (tinha a carteira) eram fraudes”, acrescenta Francidaule Amorim.

No protesto realizado na Prefeitura Municipal, o secretário de Comunicação José de Paiva Rebouças disse que foi tentado um diálogo, porém este não prosperou. Queriam só protestar. Não querem ouvir as razões técnicas para compreender o ajuste tarifário", diz o secretário. Em seguida, os estudantes, com bandeiras do PSTU, PT e Psol seguiram para o Centro, onde passaram a bloquear os ônibus, num movimento que eles queriam chamar de roletasso.

 

Protesto dentro da Prefeitura de Mossoró na manhã desta sexta-feira, 20, de militares do PT, PSTU e PSOL

 

"Não houve acordo e nem nunca haverá", diz militante do PT Rayane Andrade, que liderou a mobilização na Prefeitura e no Centro de Mossoró, no que eles classificaram como roletasso.

 

Licitação de menor preço para Mossoró

O subsecretário Francidaule Amorim disse que logo no início de dezembro (dia 2) a Prefeitura Municipal de Mossoró vai está realizando a licitação pública para conceder a uma empresa de transportes urbanos o direito de explorar o serviço de transportes urbanos em Mossoró pelos próximos dez ou vinte anos, legalmente. Pelo menos 6 empresas já demonstraram interesse.

Francidaule disse que o contrato temporário foi importante, pois permitiu um grande aprendizado. O preço mínimo da tarifa para o novo contrato é R$ 3,20. As empresas que vão concorrer, para vencer, vão apresentar valores mais baixos. O resultado final é imprevisível, pois pode ocorrer de uma empresa ou mais recorrer à Justiça.

Em vídeo, Francidaule Amorim explica como será feita a licitação de menor preço para formalizar o contrato com a empresa que vai assumir o transporte público de Mossoró pelos próximos 5 ou 10 anos

 

O subsecretário explica que uma tarifa técnica atrativa permite que as empresas se interesse pelo serviço e se apresente comprando o edital para estudar a possibilidade de concorrer. Pelo menos seis empresas já demonstraram interesse.

Acrescenta que serão 41 linhas e que está previsto no edital detalhes, como quantos ônibus, quantos microônibus e principalmente as linhas que devem circular, seja ela dando lucro ou não.


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