O Governo do Estado, celebrou um convênio com a UFRN nesta quinta-feira (13) para a elaboração do Programa Norte-rio-grandense de Hidrogênio Verde.
O acordo foi assinado pela governadora Fátima Bezerra, pelo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Daniel Diniz, e também pelo diretor da Fundação Norte-rio-grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec), André Laurindo Maitelli.
Com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e Inovação (Sedec), caberá à Fundação executar as atividades previstas no acordo, cujo objetivo maior é a criação de uma proposta de Lei de incentivo ao Hidrogênio Verde.
“Esse é mais um passo muito importante para o RN avançar no protagonismo da produção da energia renovável. O mundo não suporta mais o chamado combustível fóssil e precisamos caminhar para a descarbonização do planeta, e é preciso ter sensibilidade, determinação e competência para preparar o Rio Grande do Norte nesse contexto”, pontuou a governadora Fátima Bezerra.
“Quero parabenizar o Governo do Estado e a iniciativa porque tem sido dada uma atenção muito grande ao setor de energia, especialmente depois que as renováveis ganharam força internacional. A sustentabilidade passou a ser uma pauta muito importante e o nosso estado tem uma vocação muito grande nessa área”, disse o reitor da UFRN, Daniel Diniz.
O convênio tem por objetivo a realização de estudos de alternativas tecnológicas, de infraestrutura e de mercado para o desenvolvimento de um programa de incentivo ao hidrogênio verde no RN.
“O projeto começa desde a parte de modelagem, passando pela parte de infraestrutura e de planejamento e termina justamente com o projeto de Lei que o Estado vai apresentar no final à Assembleia”, explicou o coordenador de desenvolvimento energético da Sedec, Hugo Fonseca, que destacou que o projeto também prevê a participação social através de audiência públicas.
O secretário de desenvolvimento econômico Silvio Torquato destacou a importância de parcerias celebradas entre o Governo do Estado e instituições técnicas de pesquisa na elaboração de estudos que possam alavancar novos projetos para o desenvolvimento do estado.
Entre outros exemplos, está o Porto Indústria Verde, cujos estudos de viabilidade técnica e econômica também estão sendo realizados por pesquisadores da UFRN.
Ambos os projetos são coordenados pelo professor e pesquisador Mario González. “O estado tem o melhor fator de capacidade para obter energia eólica de fonte onshore (em terra) e offshore (no mar) a nível mundial. Isso faz com que ele seja competitivo para produzir hidrogênio verde. Precisamos planejar o desenvolvimento desse mercado”, avaliou o pesquisador.
“Além disso, estamos analisando que outros produtos verdes sejam exportados saindo aqui do estado, por exemplo aço verde, e-metanol, amônia verde, fertilizante verde”, completou.
Outro projeto importante é o Atlas Eólico e Solar do RN, executado pela Federação das Indústria do RN (Fiern), através do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).
O diretor do Instituto, Rodrigo Melo, disse que “é com muita alegria que a Federação testemunha esse convênio em prol de valorizar, incentivar e fazer crescer ainda mais o ambiente de energias que o Rio Grande do Norte já lidera Brasil afora".
Do centro de referência em pesquisa do aplicada do ISI-ER partiu a tecnologia de coleta de dados que alimenta a plataforma do Atlas em tempo real.
As informações já estão disponíveis online e servem de base para a atração de novos investimentos no setor de renováveis. A versão física do material será entregue em dezembro, detalhando a capacidade dos ventos e a incidência solar em todo o território potiguar.
Além dos citados, também estiveram presentes, os secretários João Maria Cavalcanti (Meio Ambiente e recursos Hídricos), Carlos Eduardo Xavier (Tributação), Aldemir Freire (Planejamento), a presidente do Crea-RN, Ana Adalgisa Dias, o presidente da Funpec, André Laurindo, e os vereadores Hermes Câmara, Luciano Nascimento e Margareth Régia.
SOBRE O HIDROGÊNIO VERDE
O potencial de uso do hidrogênio como combustível para soluções em indústria e transporte já é conhecido. Quando sua produção, que requer grandes quantidades de energia elétrica, está associada a obtenção de energia por fontes renováveis, ele passa a ser chamado de “hidrogênio verde”.
O hidrogênio verde vem sendo considerado o “combustível do futuro” e se tornou prioridade na estratégia de energia em diversos países por possibilitar a descarbonização total da economia.
O potencial eólico offshore na costa do estado é fator essencial para sua viabilidade, já que esta é considerada a melhor fonte de energia para sua produção.
O Rio Grande do Norte, que possui a maior capacidade instalada em eólica onshore do país, também possui as melhores condições para a geração de energia eólica offshore e já possui atualmente 8 grandes projetos de usinas eólicas offshore em processo de licenciamento no IBAMA.