27 NOV 2024 | ATUALIZADO 12:42
NACIONAL
COM INFORMAÇÕES DA UOL
03/11/2022 17:05
Atualizado
03/11/2022 21:32

Conselho da Petrobras aprova distribuição de dividendos de cerca de R$ 43,7 bilhões entre acionistas

Com a aprovação desta quinta, os dividendos entregues aos acionistas majoritários neste ano já alcançaram R$ 179,98 bilhões, valores referentes ao lucro exorbitante conseguido com a venda de combustíveis com a paridade de importação e também venda de ativos da Petrobras. A frente parlamentar em defesa da Petrobras no Senado, que tem à frente Jean Paul Prates, e à Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras, informam que vão acionar a Justiça Federal para evitar está antecipação de divisão de lucros. Eles alegam que isto só deveria ocorrer no próximo ano e que pode incorrer em prejuízos em investimentos da companhia no Brasil.
Com a aprovação desta quinta, os dividendos entregues aos acionistas majoritários neste ano já alcançaram R$ 179,98 bilhões, valores referentes ao lucro exorbitante conseguido com a venda de combustíveis com a paridade de importação e também venda de ativos da Petrobras. A frente parlamentar em defesa da Petrobras no Senado, que tem à frente Jean Paul Prates, e à Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras, informam que vão acionar a Justiça Federal para evitar está antecipação de divisão de lucros. Eles alegam que isto só deveria ocorrer no próximo ano e que pode incorrer em prejuízos em investimentos da companhia no Brasil.

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira o pagamento de dividendos de 3,3489 reais por ação preferencial e ordinária em circulação, ou o equivalente a 43,68 bilhões de reais, superando com folga gigantes do setor no Ocidente, segundo cálculos da Reuters, aos seus acionistas maioritários.

O lucro total da Petrobras no terceiro trimestre foi de R$ 46,096 bilhões, o que corresponde a 48% a mais do que o lucro da companhia no mesmo período do ano passado, quando lucrou R$ 31,14 bilhões. Somando os 3 primeiros trimestres de 2022, o lucro da Petrobras chega a casa de 144,987 bilhões, 92,9% a mais do que 2021, quando os lucros foram na casa de R$ 75,164 bilhões. 

Somando tudo que foi aprovado ratear entre os acionistas, só neste ano de 2022, chega a R$ 179,98 bilhões. Deste valor, estão os lucros exorbitantes que a companhia conseguiu no terceiro trimestre no Brasil vendendo combustíveis praticando preços com paridade de importação, ou seja, vendendo combustível extraído, refinado, distribuído no Brasil como se fosse importado, pagando todas as taxas de importação e também os valores das vendas dos ativos da Petrobras no Brasil.

O lucro da Petrobras supera de longe os lucros (dividendos) de companhias como Chevron Corp., Shell, TotalEnergies e BP-, que ficaram entre 1,14 bilhão e 2,7 bilhões de dólares, segundo dados compilados pela Reuters. No segundo trimestre, os dividendos da Petrobras já tinham superado as chamadas "majors" do setor, com a companhia brasileira sendo beneficiada por alta nos preços do petróleo e custos relativamente mais baixo de extração no pré-sal.

Antes da divulgação do resultado do terceiro trimestre, a Petrobras pontuou que o valor proposto está alinhado com a atual política de remuneração aos acionistas da empresa e que é compatível com a sustentabilidade financeira da petroleira no curto, médio e longo prazo. A empresa disse ainda que o dividendo também está em linha com o seu compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas. A União, como acionista majoritária, deve receber a maior parte.

Mais cedo nesta quinta-feira, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Anapetro, que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobras, afirmaram que iriam à Justiça questionar o que eles chamaram de "megadividendo", caso ele fosse aprovado, argumentando que isso reduz a capacidade de investimento da companhia. A federação afirmou ainda que os dividendos totais do ano devem chegar perto de 180 bilhões de reais, enquanto os investimentos realizados pela estatal em 2022, até junho, somaram "apenas" 17 bilhões de reais.

Ao informar sobre o valor aprovado, a Petrobras destacou que no Plano Estratégico 2022-26 os projetos de investimentos solicitados pelas áreas de negócio foram atendidos por apresentar boa resiliência e por serem suportados pela geração de caixa operacional e o fluxo de desinvestimentos, sem efeitos adversos na alavancagem. Dessa forma, a empresa pontuou que "não existem investimentos represados por restrição financeira ou orçamentária e a decisão de uso dos recursos excedentes para remunerar os acionistas se apresenta como a de maior eficiência para otimização da alocação do caixa".

A atual política de remuneração aos acionistas da Petrobras prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a 65 bilhões de dólares, a companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos). Além disso, a política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada.

Reação dos petroleiros e do Senado

Anapetro e a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras no Senador, que tem a frente Jean Paul Prates, vão acionar a Justiça Federal nesta sexta-feira, 4, para que seja suspensa esta antecipação de repasse dos lucros da Petrobras no terceiro trimestre de 2022 aos acionistas majoritários. Eles alegam que isto só deveria ser avaliado em abril do próximo ano e que este repasse pode prejudicar as intenções de investimento da companhia no Brasil.

Com informações do UOL

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