O senador Jean Paul Prates (PT-RN) disse nesta terça-feira que a Petrobras deve suspender qualquer venda de ativo em curso até que seja concluída a mudança de
governo.
Ele, que foi indicado pelo governo de transição para conduzir os trabalhos do subgrupo de petróleo, gás natural e biocombustíveis, falou com jornalistas após encontro com o Ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
"O ministro se comprometeu a sustar ou suspender qualquer decisão de caráter estrutural
e estratégico até a mudança de governo", disse Prates.
Segundo ele, há a preocupação de que seja dado seguimento à venda de refinaria, gasodutos, "pequenas sedes" da Petrobras localizadas em diferentes regiões.
Entre os processos críticos de alienação de ativos, na visão do senador, está o gasoduto
Bolívia-Brasil, da TBG, que envolve até política externa. Ele disse que isso passaria por
negociação não só com a Bolívia, mas com a Argentina também.
"O governo atual não pode fazer nada a toque de caixa", afirmou Prates, que é cotado para
assumir a presidência da Petrobras.
Questionado sobre mudanças na política de preços, o senador afirmou que a discussão se
dará "dentro do novo governo". "Não é a Petrobras que define política de preço [de combustíveis]", afirmou. “Isso vai se dar dentro do governo.”
Também participou do encontro o coordenador executivo do grupo de energia, Maurício
Tolmasquim. Ele disse que não houve discussão com o ministro relacionada à mudança
na política de preço da Petrobras e reforçou que isso caberá a quem for indicado para
assumir o ministério.
Nelson Hubner, do subgrupo de energia elétrica, e Giles Azevedo, do subgrupo de mineração tomaram parte da reunião.
Na chegada ao gabinete de transição, após reunir-se com Sachsida, Jean Paul comentou
ainda que o impacto do fim da isenção de impostos federais de combustíveis vai ser avaliado "à luz da macroeconomia". A lei complementar que zerou a cobrança de PIS e
Cofins vale até o fim deste ano.
"O impacto a gente sabe que é bem menor que do ICMS, mas precisa ser avaliado à luz da
macroeconomia", explicou o senador, fazendo referência à redução na alíquota do imposto cobrado pelos Estados.
Além da área técnica de Minas e Energia, o tema será avaliado pela equipe econômica,
segundo o senador.