Após sofrer um atraso de dois anos para começar por conta da pandemia e questões orçamentárias, agora, o Censo 2022 enfrenta dificuldades para ser finalizado.
Em coletiva realizada nesta terça-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as visitas aos domicílios vão se estender até o mês de janeiro de 2023.
O novo adiamento na coleta é motivado pela falta de recenseadores, especialmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde o IBGE avalia que compete com outros setores para encontrar profissionais.
Hoje, são cerca de 60 mil recenseadores em atuação. O IBGE estima serem necessários mais de 80 mil. Durante o pico da pesquisa, eram necessários mais de 180 mil, mas o máximo atingido foi o número de 112 mil efetivamente trabalhando em agosto.
Os cinco estados com a coleta menos avançada são Mato Grosso (42,1%), Amapá (35,6%), Espírito Santo (30,3%), Acre (40,0%) e São Paulo (31,9%).
Nesta terça-feira, o IBGE registrava cerca de 79% da população brasileira contabilizada. O órgão tem a obrigação de entregar, até o dia 26 de dezembro, números ao Tribunal de Contas da União (TCU). As estatísticas são usadas para a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Diante dessa necessidade, em relação aos municípios onde a contagem estiver finalizada até o dia 20 de dezembro, o instituto deve enviar os dados já do censo, com a priorização daqueles com até 170 mil habitantes, que podem sofrer mais impacto do FPM.
Já para o restante, ainda se avalia como realizar a entrega dos dados, que devem ser preliminares e com a ajuda das estatísticas realizadas anualmente sobre a estimativa da população.
Além do déficit de profissionais, o IBGE também aponta dificuldades para coletas em favelas e em áreas mais ricas.
Os estados com a contagem mais adiantada são o Piauí (96,2%), Sergipe (91,2%) e Rio Grande do Norte (89,8%). Nos dois primeiros, onde a primeira passagem a todos os bairros já aconteceu, foi lançado o Disque-Censo, pelo número 137. Assim, quem não recebeu a visita pode agendá-la.
Neste último balanço do Censo, a taxa de recusa aumentou e está em 2,59% contra 2,3% do final de agosto.