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MOSSORÓ
Valéria Lima / Com informações do TJRN
25/11/2015 13:33
Atualizado
12/12/2018 13:16

No RN, 54% dos processos sobre violência contra mulher são do Interior

Segundo o Tribunal de Justiça do RN, Mossoró possui mais processos na Justiça do que cada Comarca de Natal, se analisadas separadamente.
Josemário Alves

Dos 12.946 processos sobre violência contra a mulher que tramitam no Rio Grande do Norte, 7.030 estão no interior do Estado. O alto índice é registrado nas Comarcas não especializadas com 4.972. Na Comarca de Mossoró, são 2.058 processos que tramitam no Núcleo de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, no Fórum Desembargador Silveira Martins.

Sendo assim, 54,3% dos processos sobre violência contra a mulher do RN, estão nas unidades do interior do Estado, contando com Mossoró. 30,2% dos processos estão divididos nas duas Comarcas de Natal. 15,4% em Parnamirim.

As estatísticas do TJRN apontam a existência de 3.920 processos em tramitação nos dois Juizados da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher em Natal; enquanto que no Juizado de Parnamirim tramitam 1.996 feitos. As demais unidades judiciais do RN somam 4.972 ações em tramitação.

Os números são assustadores e mostram uma realidade que persiste na sociedade potiguar, enraizadas na sociedade brasileira. Como exemplos dessa violência no interior, podemos citar a Chacina de Itaja/RN, no Vale do Açu em agosto deste ano, em que cinco mulheres foram assassinadas dentro de um bordel.

O crime ficou conhecido pelos indícios de brutalidade de como aconteceu. Recentemente, o MPRN denunciou o namorado de uma das mulheres que frequentava o bordel como o autor do crime, motivado, segundo o MP, por ciúmes.

Além deste, podemos citar casos como o de Elaine, que foi assassinada dentro de casa há três meses pelo ex-marido no Conjunto Nova Vida, zona leste de Mossoró. O crime teria sido motivado porque o ex estava inconformado com a separação.

Nesta terça-feira (24), outro homicídio contra mulher foi registrado no Conjunto Nova Vida. A dona de casa Maria Suliene foi assassinada com seis tiros dentro de sua casa.

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Mulheres são vítimas de tentativas de homicídio em Mossoró

Uma pesquisa realizada em 2014 pelos institutos Data Popular e Patrícia Galvão revelou que 70% das mulheres vítimas de violência são agredidas nas próprias residências e, em geral, por seus parceiros.

A pesquisa também mostrou altos índices de naturalização da violência nos relacionamentos, associada a agressões físicas, ameaças, xingamentos, bem como humilhações e o impedimento de sair ou de usar determinada roupa.

Outra pesquisa, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2013, aponta o Nordeste como a região do país que lidera o número de homicídio de mulheres, com uma taxa de 6,9 casos por 100 mil mulheres.

Nesse levantamento, o RN aparece com média 6,31 casos, acima do parâmetro nacional, que é de 5,8.

Como forma de conscientizar e resolver o problema, o Tribunal de Justiça do RN, por meio da Coordenadoria de Combate à Violência contra a Mulher, promove a partir da próxima segunda-feira (30) a 3ª Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa.

A iniciativa é realizada com o apoio do Supremo Tribunal Federal (STF).

O RN é atualmente, o quinto no Brasil com maior índice de violência doméstica. É um índice preocupante que requer dos órgãos responsáveis uma atuação efetiva, com soluções.

“Essa campanha nacional prevê atividades de forma articulada e contínuas que venham a trazer soluções para essa questão, mobilizando toda a sociedade e rede de atendimento”, afirma a juíza Fátima Soares, da Coordenadoria de Combate à Violência contra a Mulher.

Com informações do TJRN

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