Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que 46,8% dos jovens que fazem parte do público-alvo da vacina contra Papilomavírus humano (HPV) não tomaram o imunizante por "não saber que tinha que tomar".
Dos estados do Sudeste, Minas apresentou a maior proporção (47,1%) da resposta "não sabia que tinha que tomar a vacina contra o HPV".
Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que 46,8% dos jovens que fazem parte do público-alvo da vacina contra Papilomavírus humano (HPV) não tomaram o imunizante por "não saber que tinha que tomar".
Dos estados do Sudeste, Minas apresentou a maior proporção (47,1%) da resposta "não sabia que tinha que tomar a vacina contra o HPV".
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As capitais das regiões Norte e Nordeste tiveram as maiores proporções da resposta "não sabia que tinha que tomar", com destaque para Teresina (54,7%), Maceió (54,6%) e Boa Vista (51%).
Já Florianópolis (30,9%), Porto Alegre (33,6%) e Vitória (36,6%), capitais do Sul e do Sudeste, registraram as menores taxas de desconhecimento da vacina contra HPV.
A pesquisa entrevistou 159.245 estudantes brasileiros de 13 a 17 anos e utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019. De acordo com a UFMG, "trata-se do primeiro estudo que investigou os motivos para a não vacinação contra o HPV utilizando a base de dados da PeNSE".
Meta nunca foi alcançada
A vacinação contra o HPV antes do início da atividade sexual é um dos pilares da estratégia global para eliminar o câncer de colo de útero.
No Brasil, a vacinação começou em 2014, mas a meta de imunizar 80% das meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 nunca foi alcançada.
Nosso país detectou aproximadamente 16.370 novos casos de câncer de colo de útero de 2018 a 2019 – a terceira maior incidência entre os tumores malignos.
De acordo com a coordenadora do estudo, professora Tércia Moreira Ribeiro da Silva, do Departamento de Enfermagem Materno-infantil e Saúde Pública da UFMG, a pesquisa poderá subsidiar políticas públicas e estratégias de saúde para o controle e a prevenção da doença.
"Há evidências de que muitos profissionais de saúde não discutem nem recomendam a vacinação contra o HPV, ou adotam estratégias inadequadas de comunicação, o que compromete a aceitação da vacina pelos adolescentes", disse a pesquisadora.
Ela destaca ainda o papel central do enfermeiro como educador em saúde, para divulgar informações sobre a vacinação contra o HPV.
"A vacina previne, além do câncer de colo de útero, o câncer de pênis e ainda os cânceres de ânus, garganta e boca, que podem acometer pessoas de ambos os sexos", comentou Tércia Silva.
Com informações UFMG