Cerca de 3.500 casos de câncer de pele não melanoma serão registrados no Rio Grande do Norte até o final de 2023. O dado divulgado recentemente pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) chama a atenção para a doença justamente na estação do ano na qual a exposição ao sol é mais frequente entre os potiguares.
Diogo Pazzini Bomfim, dermatologista do Hapvida NotreDame Intermédica, explica que o câncer de pele é extremamente comum no Estado, porém é uma doença silenciosa. “Não tem dor nem sintoma, mas pode ser descoberto num olhar, com a procura por pintas que não existiam até os 25 anos, casquinhas, feridas que não cicatrizam e lesões que sangram espontaneamente”, explica ele.
De acordo com o especialista, qualquer pessoa pode desenvolver um câncer de pele, em qualquer faixa etária. A principal dica de prevenção, segundo ele, é o “uso do protetor solar em todas as atividades do dia a dia e não apenas nas idas à praia ou piscina”.
O médico do Hapvida NotreDame Intermédica conta que o ideal é aplicar o produto pela manhã, com reaplicação por volta do horário do almoço. Em casos de maior exposição, em atividades ao ar livre, por exemplo, a aplicação precisa ser feita com maior frequência, pelo menos a cada duas horas.
“Vamos lembrar também do uso de chapéus e de óculos de sol. Além disso, é preciso intensificar a atenção com crianças. Nos bebês, já pode ser utilizado o protetor solar a partir dos seis meses de vida”, aconselha Diogo Pazzini Bonfim.
O dermatologista reforça a importância de evitar a exposição ao sol no período mais crítico, entre 10h e 16h, e de realizar uma consulta dermatológica a cada seis meses: “É necessário agendar uma consulta antes de notar qualquer alteração na sua pele, como dificuldade de cicatrização de lesão; pintas que mudaram de formato, tamanho e coloração; e lesões que sangram”.
Ainda conforme dados do INCA, o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. O câncer é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células formam camadas na pele e, de acordo com o local afetado, são definidos os diferentes tipos de câncer.
• Não melanoma: o carcinoma basocelular é o mais prevalente; e o carcinoma espinocelular, o segundo mais comum. Conforme o dermatologista, ambos os tipos são menos perigosos; têm altas chances de cura, quando tratados logo no início; e acometem as regiões mais expostas, como costas, couro cabeludo, ombros, orelhas, pescoço e rosto.
• Melanoma: mais raro, porém mais perigoso, com risco de metástase e alto índice de mortalidade. “Quando diagnosticado e tratado logo no início, tem uma chance de cura superior a 90%”, afirma.
Principais fatores de risco
• História familiar de câncer de pele;
• Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros;
• Trabalhar em contato com agrotóxico ou exposto ao sol sem proteção adequada;
• Ter exposição prolongada e repetida ao sol na infância e adolescência;
• Fazer tratamento com medicamentos imunossupressores.