Depois de 10 dias de ataques, o estado do Rio Grande do Norte não registrou nenhum ato de violência nesta sexta-feira (24), segundo governo do estado.
Neste sábado (25), balanço parcial das forças de segurança que atuam para combater a organização criminosa aponta que 192 suspeitos foram presos.
Desses, 22 foram no âmbito da Operação Normandia e 15 da Operação Sentinela, que investigam tráfico de drogas e assassinatos de policiais na região de Natal.
Também teve casos que o suspeito reagiu atirando na polícia e terminou abatido. E casos, de suspeitos que fugiram para outros estados, foram localizados e também presos.
Ainda conforme o secretário estadual de Defesa Social e Segurança Pública, Coronel Araújo, o trabalho procurando outros suspeitos de ordenar ataques continua.
Ao todo foram registrados 298 ataques em cerca de 30 cidades da Grande Natal, Seridó, região Salineira e Mossoró, paralisando serviços de saúde, transportes públicos e educação.
A maioria deles aconteceram na terça-feira (14), quando os atos de violência começaram no Rio Grande do Norte. Naquela data, foram 104 ataques.
Nos dias seguintes foram registrados 68 (quarta-feira) e 57 (16).
As forças de segurança do Rio Grande do Norte se organizaram e chegaram reforços nacional. O número de ataques reduziu dia a dia, até este sábado, dia 25, que não registrou ocorrência.
• Terça-feira (14): 104 ataques
• Quarta-feira (15): 68 ataques
• Quinta-feira (16): 57 ataques
• Sexta-feira (17): 29 ataques
• Sábado (18): 17 ataques
• Domingo (19): 7 ataques
• Segunda (20): 10 ataques
• Terça (21): 8 ataques
• Quarta (22): 2 ataques
• Quinta (23): 3 ataques
• Sexta (24): 1 ataque
• Sábado (25): 0 ataque
No trabalho das forças de segurança para coibir os ataques, que continua, já foram apreendidas 43 armas de fogo, 148 artefatos explosivos e 33 galões de combustíveis.
De acordo com a Secretaria Estadual de Defesa Social e Segurança Pública, também foram apreendidos dinheiro, drogas e munições. Produtos de furto foram recuperados.
Desde o dia 14 de março, ações orquestradas por facções criminosas causam terror à população, com incêndios e tiros contra prédios públicos, veículos, comércio e até residências. As ações são uma retaliação às condições dos presídios, indicam investigações da polícia.
A custódia de presos está entre os motivos apontados pelos criminosos para a série de ataques no estado.
192 suspeitos presos* (sendo 6 adolescentes, 19 foragidos da Justiça recapturados, 1 tornozelado preso com arma de fogo, 1 tornozelado com galão de gasolina e 2 tornozelados com grande quantidade de drogas)
44 armas de fogo apreendidas
6 simulacros de arma de fogo apreendidos
149 artefatos explosivos apreendidos
34 galões de combustíveis apreendidos
14 motos apreendidas
2 carros apreendidos
Dinheiro apreendido
Drogas apreendidas
Munições apreendidas
Produtos de furto recuperados
*Dos 192 suspeitos presos, 22 foram na "Operação Normandia" e 15 na "Operação Sentinela"
Os ataques trouxeram o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Rio Grande do Norte. Na ocasião, ele anunciou a destinação de R$ 100 milhões, do que ele classificou com o dinheiro novo, para investir na estruturação dos presídios, viaturas, armas e também delegacias e batalhões.
Os 192 presos por espalhar terror no Rio Grande do Norte, mesmo que fique provado tecnicamente, não podem ser enquadrados como terroristas. O máximo que vão responder são por crimes que as penas somadas não chega a 8 anos de prisão. No caso de serem enquadrados na Lei anti terrorismo, poderiam pegar de 12 a 30 anos de prisão.
O senador Styvenson Valentin reclama que o projeto de lei de sua autoria se encontra tramitando no Senado desde 2021, aguardando aprovação das comissões e do Plenário, que prevê enquadrar quem pratica este tipo de ato terrorista como terrorismo e, assim, a Justiça pode aplicar uma pena adequada.
O senador explicou que legislação atual anti terror só enquadra como terrorismo, quando o ato é praticado por interesses religiosos, de xenofobia ou discriminação de raça. Na preposição do senador, cometer ataques terroristas para beneficiar facção criminosa passa também a ser considerado terrorismo.