O Departamento de Justiça dos Estados Unidos aumentou o cerco sobre os dirigentes sul-americanos. Na tarde desta quinta-feira (03), em pronunciamento ocorrido em Washington, a entidade acusou formalmente Marco Polo Del Nero, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, e o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no Fifa Gate, investigação liderada pelos FBI contra a corrupção no futebol.
Exatamente às 17h41 (de Brasília), Marco Polo Del Nero teve o nome citado por Robert Capers, promotor distrital de Nova York, que acusou formalmente o presidente da CBF e mais 15 nomes de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito.
"Os 16 acusados incluem executivos da Concacaf e da Conmebol. Também temos alguns secretários e tesoureiros da Conmebol, membros da instituição de El salvador, Guatemala, Honduras, todos parte da Concacaf, confederação da América Central; esses países tem membros acusados.
Marco Polo Del Nero, da Confederação Brasileira, que recentemente abriu mão da sua posição na Fifa, mas também foi presidente; finalmente outros ex-presidentes também são acusados", disse o promotor.
Desta forma, os três últimos presidentes da CBF passam a ser investigados pela Justiça dos Estados Unidos. Antes de Del Nero e Teixeira, José Maria Marin já fora preso na primeira ação do FBI, ocorrida em maio. Marin acabou detido na Suíça, onde permaneceu em cárcere até o início de novembro, quando o dirigente acabou extraditado para Nova York.
Para chegar até Del Nero e Ricardo Teixeira, a Justiça dos Estados Unidos trabalhou com oito novas delações premiadas. Nesta nova etapa das investigações, dois nomes acabaram detidos na manhã desta quinta-feira: o presidente da Conmebol, Juan Ángel Napout, e o mandatário-interino da Concacaf, Alfredo Hawit. Ambos acabaram detidos na Suíça, em nova operação conjunta com a polícia local.
"Agora estamos trabalhando para trazer essas duas pessoas para os EUA para serem julgados. Essas acusações também aumentam os casos de corrupção que vimos em maio, do esquema que funciona desde 1991 até hoje", discursou Loretta Lynch, procuradora-geral dos Estados Unidos.
"Cartolas conspiraram para receber mais de 120 milhões de dólares. Houve o pagamento sistemáticos de propinas e subornos para favorecer algumas empresas. Algumas delas também sofreram com pagamentos de patrocínios e novos países para terem a Copa do Mundo na sua geografia", acrescentou.