20 SET 2024 | ATUALIZADO 22:22
MOSSORÓ
Da redação
04/12/2015 19:39
Atualizado
12/12/2018 14:31

Estamos perdendo uma batalha contra um inseto , diz infectologista em Mossoró

Infectologista e professor de medicina da UERN, Fabiano Rodrigues, realizou palestra nesta quinta (03) para profissionais de saúde, fazendo esclarecimentos sobre o Zica Vírus e microcefalia.
Cedida/UERN

 “Estamos perdendo uma batalha contra um inseto!”, foi como o Prof. Fabiano Rodrigues Maximino, infectologista e professor da Faculdade de Ciências da Saúde (medicina), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), iniciou a sua palestra “Panorama atual da microcefalite no Nordeste brasileiro, perspectiva e condutas”, na noite desta quinta-feira (03) no auditório da unidade, completamente lotado, ao se referir ao combate do mosquito Aedes Aegypti, que transmite uma série de doenças, inclusive a zika.

O objetivo do evento foi a divulgação da conduta médica e manejo clínico para o tratamento da zika, transmitida através da picada de um mosquito que também transmite a dengue e a chikungunya.

Segundo o médico e professor, o Nordeste é a região brasileira mais afetada e que apresenta o maior número de casos de microcefalite, que é uma má formação congênita onde o cérebro não se desenvolve, chegando a um diâmetro de 33 cm.

A confirmação da causa dessa má formação foi dada pelo Instituto Evandro Chagas ao examinar uma amostra de sangue de um recém nascido do Estado do Ceará, revelando uma relação ainda inédita.

Já foram notificados mais de 1.250 casos em 311 cidades de 14 Estados e o Ministério da Saúde ainda não sabe como o vírus da zika atua no organismo humano causando a infecção no feto e os médicos ainda pesquisam para saber respostas sobre qual o período de maior vulnerabilidade da gestante ao vírus da zika que é um arbovírus, do gênero Flavivírus que costuma ser transmitido por insetos do tipo artrópode (aedes aegypti), que teve a sua origem ientificada na Uganda em 1947 em um macaco Rhesus.

No homem o vírus da zika foi identificado na Uganda e Tanzênia e, 1952 e somente em 1968 o vírus fo isolado pela primeira vez no sangue de um nigeriano.
Surto – O Prof. Fabiano Rodrigues disse que de 2005 a 2014 foram registrados 9 casos/ano de microcefalite e até a 47ª semana do ano de 2015 já foram notificados 646 casos, representando um aumento de 7.000 por cento.

Já foram registrados 7 óbitos, sendo 5 desses só no Rio Grande do Norte. Quando aconteceu esse aumento, segundo o médico, foi que sepercebeu que esse vírus que até então não causava muita preocupação, transformou-se em uma ameaça para as gestantes e recém-nascidos.

Outra descoberta recente sobre o mesmo vírus é que ele também provoca a síndrome de Guilan Barré, que no Estado de Pernambuco antes eram registrados de 3 a 4 casos por ano e hoje já passam de 15 a 20 casos, provocando outra grande preocupação.

O infectologista lembrou que essas doenças transmitidas pelo aedes aegypti tem tratamento apenas da sintomatologia e os profissionais da saúde devem se valer do exame clínico, tendo em vista a dificuldade financeira de se conseguir exames laboratoriais nas clínicas e unidades de saúde públicas.

Notas

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