Vigilância diz ser preciso lavar caixa d água uma vez por semana

Por conta do surto de microcefalia, associado ao Zika Vírus, o mosquito Aedes aegypti se tornou nas últimas semanas assunto fortemente debatido nos quatro cantos do país. Como não se sabe quase nada sobre o Zika Virus, restou as autoridades intensificar ações para combater o seu principal vetor.

Como é defendido pelas autoridades da saúde, a melhor forma de combate a Aedes aegypti é não deixando ele nascer. Sobre esse assunto, uma das grandes preocupações da população é em relação às casas fechadas, que podem se apresentar como ponto de foco do mosquito.

O agente de saúde, Sandro Elias Medeiros, explica que os agentes de endemias não podem entrar em uma residência, mesmo que fechada, sem a autorização do proprietário do imóvel. “Por isso, é necessário que o morador que fizer a denúncia, informe endereço, nome e contatodo proprietário da residência fechada”.

Medeiros explica que, se não tiverem uma ordem da justiça, liberando a entrada na residência, os agentes não podem fazer o serviço de prevenção. “É importante que cada morador observe todos os dias seus reservatórios, para que não crie nenhums larva, o morador deve fazer também a limpeza dos seus reservatórios uma vez por semana, esfregando com uma esponja as laterais dos reservatórios, fazendo isso uma vez por semana, já ajuda para que o mosquito não se desenvolva” explicou o agente.

No caso em questão, o agente está se referindo aos ovos do mosquito, que são colocados num local geralmente de pouca luz e perto da água e chega a ficar até 450. Se neste intervalo aparecendo água perto, o mosquito nasce.

Para fazer uma denúncia de residência fechada, a população deve ligar para o Centro de Zoonoses: 3315-1627/161.

Uma das grandes dúvidas da população é em relação ao armazenamento de água. Sandro Elias explica que o mosquito não gosta de claridade, então, nas condições climáticas de atualmente, manter uma caixa d’agua aberta ao sol, é melhor do que manter um reservatório parcialmente fechado em local com boas condições para a reprodução do mosquito.

"A dona de casa deve sempre lavar o reservatório antes de colocar a água, ali podem ter ovos do mosquito, ali eles ficam por mais de 400 dias. Ou seja, mais de uma ano, nós encontramos foco do mosquito em tampas de garrafas, e em reservatórios maiores como piscina, que sempre devem ser vistoriados pelos agentes", informou Sandro Elias.

“Orientamos que só o agente de endemias pode e deve colocar as substancias necessárias na água, o agente é o único indicado para isso, pois depende muito do tamanho entre outros critérios”, explica o agente.

Com o surto da microcefalia no país, doença causada pelo Zika Virus, que por sua vez é transmitido pelo Aedes aegypti, o uso do carro fumacê, é questionado pela população como forma de eliminar o mosquito.

Segundo o agente Sandro, esta opção deve ser descartada porque o carro fumacê só deve ser usado em casos de epidemia. “O fumacê não combate o foco do mosquito, mas sim apenas aquele que já está voando, a preocupação é não deixar o mosquito se proliferar”, informa.

Sandro explica ainda que o fumacê só deve ser usado em casos extremos porque o inseticida emitido faz mal as pessoas, animais e ambiente, além de não ser uma certeza de eliminação do mosquito, porque só mata se o pinto de veneno atingi-lo. “Em Mossoró, a gente tem sustentado bem sem o carro fumacê”, finalizou.

De acordo com Medeiros, o uso do peixe “Piaba”, utilizando em municípios como Apodi/RN, nem sempre funciona. “Depende muito da situação, nem sempre dá certo, depende do morador, fizemos um teste aqui e não deu certo, por conta do tipo de água, temos dois tipos de água (manancial e calcária quente), se elas se misturarem, o peixe não vai resistir e morrer, Apodi deu certo porque eles usam apenas água da Adutora”, disse.

O Departamento de Vigilância de Mossoró conta com 110 agentes de endemias para realizar o trabalho. Em Mossoró, que o bairro Rincão, localizado na zona oeste, é o que mais apresenta índice de casas fechadas.

Mossoró conta com cerca de 130 mil imóveis, a serem vistoriados pela Vigilância Sanitária. [Imóveis, neste caso, é considerado todo espaço, ou seja, casa, comércios e terrenos baldios].

Nesta terça-feira (08), o Ministério da Saúde divulgou novo levantamento sobre os casos de microcefalia no país. Ao todo, já são 1.761 casos confirmados. No RN, são 106 casos. Outro dado preocupante, é que o RN lidera a lista de mortes de bebês com microefalia, com 7 óbitos. Atrás de Sergipe com 4 mortes e Bahia e Rio de Janeiro com dois casos cada. Apesar dos 804 casos notificados da doença, o Estado de Pernambuco, não registrou nenhum óbito.