A reportagem do Mossoró Hoje conversou, nesta quarta-feira (28), com a Major Martini, comandante do Corpo de Bombeiros de Mossoró, sobre as ocorrências envolvendo abelhas na região e como a população deve proceder ao encontrar um enxame.
Recentemente, foram registrados diversos ataques destes insetos na região de abrangência do CBM/Mossoró. O mais recente ocorreu nesta terça-feira (27), quando um soldado do próprio corpo de bombeiros sofreu mais de 50 ferroadas, durante a retirada de um enxame, no bairro Alto de São Manoel.
No dia 14 de junho, também foi registrado uma ocorrência onde um idoso acabou perdendo a vida, após ser atacado por abelhas, na zona rural do município de Assú.
Além destes, o MOSSORÓ HOJE foi informado que, no início do mês, um enxame atacou e matou um galinheiro inteiro na cidade de Baraúna, bem como foi registrado um ataque que deixou dois cães mortos na zona rural de Mossoró.
A major Martini explicou que as abelhas italianas, que são as que geralmente atacam, têm muita facilidade de reprodução e, por isso, precisam estar sempre formando novas colmeias. Neste processo de deslocamento de uma colmeia para outra é quando, geralmente, ocorrem os acidentes.
Além disso, segundo ela, o fato da região ser quente e não possuir um período de inverno bem definido, quando elas param de se reproduzir, facilita esse enxameamento o ano todo. No entanto, no período de primavera, época em que elas têm mais acesso aos seus alimentos, o número aumenta consideravelmente.
Ao todo, no ano de 2022 o CMB Mossoró registrou um total de 818 ocorrências envolvendo abelhas. A maior parte deles, nos meses de maio e outubro (com 115 ocorrências cada). Em 2023, já foram 367 até o último dia do mês de maio. Veja a estatística abaixo:
O QUE FAZER AO ENCONTRAR UM ENXAME?
A major Martini reforçou que, caso a população se depare com enxames de abelhas, seja em suas residências, árvores próximas ou em qualquer outro local, acione o corpo de bombeiros, visto que eles têm o treinamento e o equipamento necessários para fazer a retirada desses animais de forma segura.
Ela também explicou que as vezes acontece de demorar um pouco para que uma equipe vá ao local após a solicitação, pelo fato de existirem muitas ocorrências do tipo e o efetivo ser pequeno para a demanda, mas que a população deve aguardar e não mexer com as abelhas.
Em caso de ataque, correr em linha reta, o mais rápido possível e buscar abrigo. Em seguida, procurar atendimento médico para evitar problemas maiores em caso de reação alérgica.
Por fim, a major Martini ainda lembrou que o CBM não realiza extermínio de abelhas, salvo em casos extremamente necessários, visto que esses insetos são fundamentais para o desenvolvimento da agricultura e para diversos outros aspectos da vida no planeta.
As abelhas são retiradas com toda segurança, tanto para elas, quanto para os bombeiros, e soltas em um ambiente apropriado.