Durante esta semana, quando se comemora a maior festa cívica da cidade de Mossoró, o Mossoró Hoje, em parceria com o Professor Tales, vai trazer um pouquinho sobre os eventos que marcaram a história de coragem e pioneirismo do povo mossoroense.
Até a sexta você vai conhecer um pouco sobre Ana Floriano e o Motim das Mulheres, Celina Guimarães e o primeiro voto feminino, a resistência ao bando de Lampião e sua expulsão de Mossoró, além da libertação dos escravos 5 anos antes da Lei Áurea.
Neste primeiro episódio do quadro “Conte aí, professor!”, o professor Tales explica pra gente quem foi Ana Floriano e como ela liderou 300 mulheres a se rebelarem contra o alistamento militar que poderia levar seus filhos e maridos para uma nova guerra.
Confira!
O MOTIM DAS MULHERES
Há 148 anos, no dia 30 de agosto de 1875, mulheres de Mossoró, lideradas por Ana Rodrigues Braga (Ana Floriano), saíram em passeata pelas ruas da cidade protestando contra a obrigatoriedade do alistamento militar. O fato ficou conhecido como o Motim das Mulheres e é motivo de orgulho até hoje para os mossoroenses.
No Museu Histórico Lauro da Escóssia, uma sala destaca a caricatura de Ana Floriano, que, casada com Floriano Rocha Nogueira, liderou o motim que ficou conhecido como ‘as 300 subversivas’, num cortejo que partir da Rua João Urbano e seguiu para a Praça Vigário Antônio Joaquim.
As mulheres protestaram contra a regulamentação do recrutamento do Exército e Armada pelo gabinete do Visconde do Rio Branco, durante o reinado de Dom Pedro Segundo.
Utilizando panelas, frigideiras, conchas e colheres de pau, Ana Floriano e as mulheres foram até a Igreja Matriz de Santa Luzia e rasgaram os editais fixados no quadro de avisos. Em seguida, se dirigiram à casa do escrivão do juiz de Paz e tomaram e rasgaram o livro e os papéis relativos ao alistamento.
O episódio de Mossoró não foi um caso isolado, tendo ocorrido semelhante manifestação em outros pontos da província. O que diferenciou o movimento de Mossoró dos demais foi o fato de ter sido organizado e executado apenas por mulheres, por amor aos seus filhos.