07 SET 2024 | ATUALIZADO 13:58
NACIONAL
12/07/2024 10:27
Atualizado
12/07/2024 10:28

Pacheco diz que 'usar a Abin para espionar e perseguir parlamentares é ato criminoso'

Em nota, o presidente do Senado condenou o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que esta atitude “fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e a soberania do país". Nesta quinta-feira (11) , o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha, da Polícia Federal, que investiga desde 2023 o possível uso ilegal de sistemas da Abin para monitorar autoridades e desafetos políticos do governo Bolsonaro. Segundo a PF, a agência teria espionado ministros do Supremo, senadores e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Pacheco diz que usar a Abin para espionar e perseguir parlamentares é ato criminoso. Em nota, o presidente do Senado condenou o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que esta atitude “fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e a soberania do país". Nesta quinta-feira (11) , o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha, da Polícia Federal, que investiga desde 2023 o possível uso ilegal de sistemas da Abin para monitorar autoridades e desafetos políticos do governo Bolsonaro. Segundo a PF, a agência teria espionado ministros do Supremo, senadores e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, divulgou nota em que condena o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nesta quinta-feira (11) , o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes retirou o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha, da Polícia Federal, que investiga desde 2023 o possível uso ilegal de sistemas da Abin para monitorar autoridades e desafetos políticos do governo Bolsonaro.

Segundo a PF, a agência teria espionado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), senadores e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

“Contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso, que fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e a soberania do país", diz a nota de Pacheco.

De acordo com a Polícia Federal, servidores da Abin teriam promovido desinformação contra os três senadores da cúpula da CPI da Pandemia: o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM); o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (S/Partido-AP); e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Os parlamentares repudiaram o uso ilegal do órgão e classificaram o monitoramento como "típico de governos ditatoriais".

Para Randolfe, as informações divulgadas indicam que a gestão anterior montou “um aparato repressivo com a intenção de romper o Estado democrático de direito”.

“O fato de dirigentes da CPI da Covid terem sido monitorados traz à cena um caráter trágico. Enquanto brasileiros morriam, o governo anterior, ao invés de se preocupar em comprar vacina, se preocupava em perseguir e monitorar os adversários políticos”, disse.

Realizada em 2021, a CPI investigou omissões e irregularidades nas ações do governo Bolsonaro durante a pandemia de covid-19.

A comissão propôs o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes, além de outras 65 pessoas. Foram monitorados ainda, segundo a PF, o senador Alessandro Vieira (MSB-SE), que integrou a CPI; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; além ministros do Supremo Tribunal Federal, servidores e jornalistas.

Ainda de acordo com Randolfe, o uso da Abin apontado pela PF se assemelha ao de regimes fascistas. Ele defendeu a continuidade das investigações e afirmou que todos têm o direito ao contraditório e à ampla defesa, mas disse esperar que os casos comprovados sejam punidos com rigor.

“A democracia esteve não apenas sob ameaça, mas o aparelho do estado foi utilizado para monitorar cidadãos e intimidar cidadãos. Estamos diante do que considero o mais grave crime contra as instituições democráticas brasileiras”, apontou o senador.

Em uma rede social, Renan Calheiros repudiou a perseguição com uma “Abin paralela” de opositores do governo anterior.

“Como democrata, lamento e repudio que estruturas do Estado tenham sido criminosamente capturadas para atuar como polícias políticas, com métodos da Gestapo, um pantâno repugnante e sem fim. Sigo confiante nas instituições, na apuração, denúncia e julgamento dos culpados”, escreveu.

Também por uma rede social, Alessandro Vieira classificou a espionagem como típica de governos ditatoriais.

“A operação de hoje da PF mostra que fui vítima de espionagem criminosa e ataques on-line praticados por bandidos alojados no poder no governo passado. Isso é típico de governos ditatoriais. O Brasil segue cheio de problemas, mas ao menos do risco de volta da ditadura nos livramos”, afirmou.

Receita Federal

Os dados divulgados também envolvem o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A Abin teria sido usada, de acordo com a PF, contra auditores da Receita Federal que investigaram o senador.

Em vídeo divulgado pelas redes sociais, Flávio Bolsonaro criticou a divulgação de informações que, segundo ele, "nada têm a ver com a Abin". Ele alega ter sido “vítima de criminosos” que acessaram seus dados ilegalmente na Receita.

“Eu interpus um habeas data para saber quem acessou meus dados porque a Receita Federal, no governo do presidente Jair Bolsonaro, me negou acesso. Então, se o presidente interferisse em alguma coisa, eu não precisaria entrar na Justiça [...] O que é que eu ouvi dizer, não tenho nem certeza que aconteceu: é que foi instaurado um procedimento administrativo disciplinar contra esses criminosos da Receita e que uns dez foram punidos”.

Nesta quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em uma nova fase da operação.

Fonte: Agência Senado


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