25 OUT 2024 | ATUALIZADO 15:08
NACIONAL
25/10/2024 11:30
Atualizado
25/10/2024 11:30

Em 2022, 49,1% das residências do Brasil tinham responsáveis do sexo feminino

A proporção representa uma mudança importante em relação ao Censo de 2010, quando o percentual de homens responsáveis (61,3%) era substancialmente maior do que o percentual de mulheres (38,7%). Por unidade doméstica entende-se o conjunto de pessoas que vivem em um domicílio particular. As informações são do “Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”, divulgado nesta sexta-feira (25), pelo IBGE.
Em 2022, 49,1% das residências do Brasil tinham responsáveis do sexo feminino. A proporção representa uma mudança importante em relação ao Censo de 2010, quando o percentual de homens responsáveis (61,3%) era substancialmente maior do que o percentual de mulheres (38,7%). Por unidade doméstica entende-se o conjunto de pessoas que vivem em um domicílio particular. As informações são do “Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”, divulgado nesta sexta-feira (25), pelo IBGE.

Em 2022, das 72.522.372 unidades domésticas do Brasil, 49,1% tinham responsáveis do sexo feminino. A proporção representa uma mudança importante em relação ao Censo de 2010, quando o percentual de homens responsáveis (61,3%) era substancialmente maior do que o percentual de mulheres (38,7%). Por unidade doméstica entende-se o conjunto de pessoas que vivem em um domicílio particular.

As informações são do “Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”, divulgado nesta sexta-feira (25), pelo IBGE.

Em 10 estados, o percentual de mulheres responsáveis pela unidade doméstica foi maior que 50%: Pernambuco (53,9%), Sergipe (53,1%), Maranhão (53,0%), Amapá (52,9%), Ceará (52,6%), Rio de Janeiro (52,3%), Alagoas e Paraíba (51,7%), Bahia (51,0%) e Piauí (50,4%).

“Os dados do Censo mostram que a maior parte dessas unidades da federação estão concentradas na Região Nordeste do país. Por outro lado, os menores percentuais são encontrados em Rondônia, com 44,3%, e em Santa Catarina, com 44,6%. Percebe-se, de forma geral, que as unidades da federação acompanharam o movimento do país com aumento da proporção de unidades domésticas com responsáveis do sexo feminino”, aponta a analista da divulgação, Luciene Longo.

PROPORÇÃO DE UNIDADES DOMÉSTICAS FORMADAS POR CASAL COM FILHO DE AMBOS RECUOU DE 41,3% PARA 30,7% EM 12 ANOS

De 2010 para 2022, a proporção das unidades domésticas com pessoa responsável, cônjuge e filho de ambos recuou de 41,3% para 30,7%, enquanto a proporção de casais sem filhos subiu de 16,1% em 2010 para 20,2% em 2022.

Já a proporção de domicílios formados por casais com pelo menos um filho somente do responsável ou do cônjuge passaram de 8,0% para 7,2%. “Apesar da redução, o peso dessas unidades domésticas no total de arranjos com filhos aumentou”, observa o gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, Márcio Mitsuo Minamiguchi.

Já os domicílios monoparentais – ou seja, com responsável sem cônjuge com filhos –variaram pouco entre 2010 e 2022 (de 16,3% para 16,5%). Outros tipos de composição reuniram 25,5% das unidades domésticas, sendo 18,9% referente a domicílios unipessoais (que em 2010 representavam 12,2%), e unidades domésticas com mais de um morador, sem cônjuge, filho ou enteado que apresentou pouca alteração (de 6,6% em 2022, e 6,1% em 2010).

Em 2022, 57,5% dos domicílios eram formados por responsável e cônjuge de sexo diferente, 41,9% eram domicílios sem cônjuge e 0,54% tinham responsável e cônjuge do mesmo sexo.

“Embora ainda seja um percentual pequeno, o aumento de unidades domésticas formadas por casais do mesmo sexo foi bastante expressivo. A proporção passou de 0,10% em 2010 para 0,54% em 2022, o que representa, em números absolutos, um aumento de cerca de 60 mil para 391 mil domicílios”, destaca Márcio.

Regionalmente, as maiores proporções de domicílios com pessoa responsável e cônjuge do mesmo sexo foram no Distrito Federal (0,76%), Rio de Janeiro (0,73%) e São Paulo (0,67%). Já os estados com os menores percentuais foram Piauí (0,25%), Maranhão (0,30%) e Tocantins (0,31%).

CERCA DE 67% DOS RESPONSÁVEIS PELAS UNIDADES DOMÉSTICAS TINHAM 40 ANOS OU MAIS

A maioria das pessoas responsáveis pelas unidades domésticas tinha acima de 40 anos (67,3%). Houve um ligeiro aumento em comparação a 2010, quando 62,4% dos responsáveis estavam nessa faixa etária. A maior parte, em 2022, estava na faixa de 40 a 59 anos (40,1%), seguida tanto por pessoas entre 25 e 39 anos (27,2%) quanto com pessoas com 60 anos ou mais de idade (27,2%). Observou-se ainda que 5,2% dos responsáveis tinham entre 18 e 24 anos e, 0,4%, até 17 anos.

PELA PRIMEIRA VEZ, PARDOS ULTRAPASSAM BRANCOS COMO RESPONSÁVEIS PELAS UNIDADES DOMÉSTICAS

Embora ainda com valores próximos, pela primeira vez, o Censo registrou maior proporção de pardos (43,8%) responsáveis pelos domicílios em comparação às pessoas de cor ou raça branca. Em 2010, esses percentuais eram de 40,0% e 49,4%, respectivamente.

A proporção de pessoas pretas subiu de 9,0% para 11,7% e a de indígenas variou de 0,4%para 0,5%. Por outro lado, a proporção de pessoas amarelas responsáveis pelas unidades caiu de 1,2% em 2010 para 0,5% em 2022.

A análise das unidades da federação por cor ou raça mostra que nos estados da Região Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, a maioria da proporção de pessoas responsáveis pelas unidades domésticas era da cor branca. Para todas as outras unidades da federação, a maior parte se declarou da cor parda.

“Destacam-se também os percentuais maiores de pessoas indígenas responsáveis pelas unidades domésticas em Roraima, com 10,2%, Amazonas, com 5,7%, e Mato Grosso do Sul, com 2,7%, assim como a maior proporção com relação a responsáveis que se declararam pretas na Bahia, com 25% da população”, salienta a Luciene.

NÚMERO DE MORADORES POR UNIDADE DOMÉSTICA CAI DE 3,3 EM 2010 PARA 2,8 EM 2022

Em 2022, cerca de 202 milhões de pessoas viviam nos 72 milhões de domicílios particulares do país, resultando numa média de 2,8 moradores por unidade doméstica. Em 2000, a média era 3,7 pessoas e em 2010 era 3,3. Cerca de 72,3% das unidades domésticas têm até 3 moradores e 28,7% têm 2 moradores.

Do total de moradores, 35,9% eram as pessoas responsáveis pela unidade, 20,6% eram cônjuge ou companheiro(a) de sexo diferente, 19,2% eram filhos do responsável e do cônjuge e 11,6% eram filhos somente do responsável.

“Nessa análise destaca-se também o percentual de netos, no total de 3,9%, indicando a presença de mais de uma família por unidade doméstica. A presença de netos indica a presença de um avô ou avó que é responsável pelo domicílio, ou seja, existe uma convivência de gerações”, pontua a analista.

PROPORÇÃO DE UNIDADES UNIPESSOAIS CRESCEU DE 12,2% EM 2010 PARA 18,9% EM 2022

As espécies de unidades domésticas têm as suas particularidades e representam, de certa forma, a configuração do espaço doméstico da população. Elas foram classificadas em:

- Unipessoais: aquelas com apenas um morador;

- Nucleares: aquelas compostas somente por um casal, ou somente um casal com filho(s), ou somente uma pessoa com filho(s), sem a presença de nenhum outro membro;

- Estendidas: aquelas onde existe a presença de algum outro parente (ex: neto(a), avô ou avó, genro ou nora);

- Compostas: aquelas onde existe presença de algum não parente (agregado, convivente, pensionista).

A maior parte das unidades domésticas eram nucleares (64,1%); 18,9% eram unipessoais; 15,4%, estendidas e 1,5%, compostas. Em todas as categorias de sexo ou cor ou raça, a unidade doméstica nuclear predomina em relação às demais espécies, com destaque para homens brancos (70,3%). Desde o último Censo, a única espécie de unidade doméstica que aumentou sua participação (de 12,2% para 18,9%) foi a unipessoal.

“Para o sexo feminino, observa-se percentuais maiores de unidades domésticas unipessoais, em especial para responsáveis que se declaram amarelas (26,5%) e brancas (23,4%), provavelmente por causa do envelhecimento populacional”, destaca a analista da divulgação.

Há ainda uma proporção maior de unidades domésticas de espécie estendida e menor da nuclear entre as mulheres responsáveis (18,8% e 60,6%, respectivamente) em comparação aos homens responsáveis (12,1% e 67,6%, respectivamente). “Esse resultado mostra que as mulheres, de modo geral, tendem a ser responsáveis por unidades domiciliares maiores”, completa.

A caracterização por grupos de idade mostra que a grande maioria de unidades é nuclear em todos os grupos (64,1%). No grupo etário de 60 anos ou mais, a proporção das espécies unipessoais também se sobressai, representando 28,7% das unidades domésticas população dessa faixa etária.

“Isso está relacionado também ao envelhecimento da população, uma vez que as pessoas idosas apresentam maior chance de morarem sozinhas em razão de diversos acontecimentos do ciclo de vida, seja em relação à morte do companheiro ou da companheira, de divórcio, da saída dos filhos dos domicílios. Portanto, essas são características importantes que ajudam a explicar o fato dos responsáveis dessa faixa de estarem sobrerepresentados na espécie de unidades unipessoais”, explica Luciene.

Por outro lado, o grupo de 60 anos ou mais também tem a maior proporção de responsáveis por unidades domésticas estendidas, com 21,7%. “Essa é uma outra característica das pessoas idosas responsáveis pelo domicílio, de viverem com outros membros da família, além de filhos e cônjuges”, completa a analista.

Regionalmente, as maiores proporções de unidades domésticas unipessoais estavam no Rio de Janeiro (23,4%), Rio Grande do Sul (22,3%) e Espírito Santo (20,6%), enquanto os menores percentuais foram observados no Amapá (12,0%), Amazonas (13,0%) e Pará (13,5%).


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