Bovespa tem alta de 3% graças à recuperação da Petrobras e elétricas

A recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional impulsiona as ações da Petrobras e sustenta a alta da Bovespa nesta quarta-feira (27). Ações do setor elétrico também estão entre os destaques positivos, enquanto JBS volta a cair forte pelo segundo dia seguido.

Às 16h35, o Ibovespa subia 2,98%, para 38.616 pontos, com bom volume, de R$ 4,2 bilhões. Entre as principais ações, Petrobras PN (9,52%) puxa os ganhos, acompanhado de Ambev ON (5,10%), Vale PNA (6,59%), Bradesco PN (1,74%), Brasil Foods ON (1,55%) e Itaú PN (1,44%).

O movimento de alta deve se sustentar pelo menos até a divulgação da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) logo mais, às 17 horas (de Brasília). Economistas esperam pela manutenção do juro nos EUA, mas querem analisar o tom do comunicado do Fed, diante das turbulências observadas nos mercados nas últimas semanas.

No início da tarde, dados de estoques de petróleo nos Estados Unidos mostraram novo crescimento na semana passada, mas houve redução no volume de destilados devido ao inverno rigoroso no país e também queda no nível de utilização das refinarias, o que motivou uma virada nos preços do petróleo para terreno positivo.

O economista da Guide Investimentos, Ignacio Crespo Rey, lembra que a correlação entre o comportamento das bolsas e do preço do petróleo aumentou nas últimas semanas. “Há uma correção tanto nas bolsas como no petróleo, depois das perdas expressivas registradas neste mês. Mas é difícil acreditar que essa alta vai se sustentar nas próximas sessões”, afirma Rey.

Ele lembra que a depreciação do yuan reforçou a avaliação de que a economia chinesa está desacelerando mais rápido do que se imaginava. “Essa depreciação deve continuar, gerando mais volatilidade nos mercados.”

A bolsa brasileira também conta com a ajuda das altas expressivas de ações do setor elétrico, que refletem a decisão do governo de reduzir o valor das chamadas bandeiras tarifárias, sinalização que está sendo interpretada como uma redução do risco hidrológico no país.

As elétricas vinham pressionadas há cerca de dois anos pela seca que atingiu o país e o custo mais elevado da energia – devido ao uso de usinas térmicas – também vinha prejudicando outros setores da economia. Cemig PN (10,11%) puxa a fila, seguida de Copel PNB (7,16%), Energias do Brasil ON (4,36%) e Cesp PNB (4,03%).