29 MAR 2024 | ATUALIZADO 18:35
MOSSORÓ
Da redação
02/02/2016 11:28
Atualizado
12/12/2018 18:48

?O MP louva essa atitude?, diz promotor sobre suspensão de carnaval

Armando Lúcio Ribeiro parabeniza decisão do Município em não investir no evento e direcionar recursos para a saúde. Prefeitura anunciou compra de raios-x com economia do carnaval.
Cezar Alves

O cancelamento dos investimentos públicos para a programação do carnaval em Mossoró continua repercutindo na cidade. O promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro, que atua no município há mais de 20 anos, parabenizou a atitude tomada pelo prefeito Francisco José Júnior.

“A decisão de ofício do prefeito em não realizar o carnaval é uma decisão madura, que tem o compromisso efetivamente com a administração pública. O Ministério Público louva essa atitude, porque em muitos locais é preciso o MP fazer a recomendação e ainda assim existe uma certa resistência”, afirmou ao Mossoró Hoje.

O promotor ainda elogiou o redirecionamento dos recursos inicialmente previstos para ocarnaval, que agora serão utilizados para aquisição de três novos aparelhos de raio-x, equipamentos que devem chegar ao município em até 60 dias.

“A intenção do prefeito de espontaneamente fazer essa sustação do carnaval para sorver recursos públicos e aplicá-los em áreas mais prioritárias merece o aplauso e o reconhecimento do Ministério Público”, acrescentou.

De acordo com o promotor, o Ministério Público já havia levantando a possibilidade de recomendar ao prefeito o cancelamento do evento, mas a medida não foi necessária, uma vez que a gestão decidiu, por conta própria, suspender a programação.

“Nós estávamos já cogitando fazermos uma reunião entre alguns promotores e propormos que a promotoria específica dessa área, do Patrimônio Público, pudesse expedir essa recomendação, mas ficou só na cogitação, uma vez que houve essa iniciativa do Poder Executivo municipal em, de ofício, cancelar qualquer programação”, enfatiza.

Para o coordenador das Promotorias de Justiça da Comarca de Mossoró, Fábio Weimar Thé, a decisão também foi acertada. “Vai ao encontro do bom senso, não somente do ponto de vista jurídico, mas também do cidadão comum. A cidade vive hoje uma situação de inadimplência em vários setores, então não seria adequado gastar dinheiro público com o carnaval”, frisou.

Já a atriz e idealizadora de um dos mais tradicionais blocos carnavalescos da cidade (Maria Espaia Prasa), Tony Silva, considera o cancelamento do repasse dos recursos uma forma de pôr fim às iniciativas populares que eram promovidas nesse período do ano.

“Quem fazia essas movimentações eram os mais pobres. Eram os bairros Santo Antônio, Alto da Conceição, Boa Vista. O problema é que ficamos mal acostumados com a grana que vinha do Poder Público, não conseguimos nos desvincular disso”, disse.

Sobre a justificativa apresentada pela Prefeitura para o cancelamento do evento, Tony Silva afirma que a cultura sempre esteve em crise. “E quando não há crise para a arte? A arte sempre esteve em crise”, conclui.

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