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NACIONAL
O Globo
22/02/2016 07:30
Atualizado
13/12/2018 14:07

Marqueteiro de Dilma tem prisão decretada na 23ª fase da Lava Jato

João Santana, também responsável por campanha de Lula, está na República Dominicana; casas do publicitário na BA e sede da Odebrecht em SP são alvos de busca
Marcelo Justo / Folhapress

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira, a 23ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de "Acarajé" em alusão ao termo utilizado por investigados para denominar dinheiro em espécie. Cerca de 300 agentes cumprem 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. As ações acontecem em três estados. No Rio, os agentes estão na capital, em Angra, Petrópolis e Mangaratiba. Também há cumprimento de mandados na capital paulista, em Campinas e Poá, em São Paulo. Na Bahia, os policiais federais atuam em Salvador e Camaçari.

O publicitário João Santana é um dos alvos desta etapa. Ele foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Há mandado de prisão temporária expedido contra ele e sua mulher e sócia, Mônica Santana. O casal está na República Dominicana, onde trabalha na campanha de Danilo Medina à reeleição, e, por isso, não foi preso. À Globonews, Mônica disse que voltará ao Brasil assim que receber a notificação da Justiça.

O publicitário passou a ser investigado em um inquérito sigiloso após suspeitas de manter contas no exterior, com origem não declarada. Um dos indícios da existência das contas para a Polícia Federal são anotações apreendidas na casa do engenheiro Zwi Skornicki, que foi preso preventivamente nesta segunda-feira. Segundo a revista "Veja", as anotações foram atribuídas à Mônica Moura, que teria indicado as contas do marido fora do país. Na ocasião, Santana negou a prática de caixa 2 por meio de sua empresa, a Pólis Propaganda & Marketing.

A PF também cumpriu mandado de prisão preventiva contra Zwi Skornicki, que é suspeito de operar proninas no esquema da Petrobras. Ele foi preso em casa, na Barra da Tijuca, no Rio.

Os agentes também estiveram nas sedes da Odebrecht em São Paulo, no Rio e na Bahia. Dois carros da PF foram à Avenida Pasteur, onde fica a Odebrecht Óleo e Gás, e na Praia de Botafogo, na sede da construtora, ambos no Rio. Eles chegaram ao local por volta de 7h30m e permanecem dentro da sede da empresa.

Em nota, a Odebrecht informou que a empresa “está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento”.

Campanhas na mira

De acordo com a Polícia Federal, as investigações da nova etapa da Lava-Jato apontam para pagamentos de mais de US$ 7 milhões feitas por um grupo empresarial e destinados a contas no exeterior. Os investigadores reastrearam os supostos pagamentos feitos pela Odebrecht e Skornicki para contas que perteceriam a João Santana. A suspeita da PF é de que o pagamento veio de serviços eleitorais prestados ao PT.

No sábado, João Santana se colocou à disposição para prestar esclarecimentos à força tarefa da Lava-Jato após o juiz Sérgio Moro negar a seus advogados o acesso às investigações envolvendo o publicitário. Santana comandou as três últimas campanhas do PT à Presidência — da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.

Em ofício encaminhado ao juiz Sérgio Moro, o criminalista Fabio Tofic, que representa o publicitário e sua mulher, afirmou que os dois estão dispostos a prestar esclarecimentos em qualquer investigação que envolva os seus nomes. Tofic afirma que o casal “foge completamente ao perfil de investigados” na Operação Lava-Jato.

A última fase da Lava-Jato foi deflagrafa no dia 22 de janeiro e teve como alvo de investigação a abertura de empresas no exterior e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris, no Guarujá. Na ação, chamada de Triplo X.

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