O chefe da Divisão de Aeródromos do Cindacta III, de Recife (PE), major AE Mauruzan Ribeiro, disse que o Aeroporto de Mossoró/RN só dá para operar apenas voos com até 15 passageiros. Acima disto, observa o major, não existem, atualmente, condições técnicas.
Mauruzan explicou os motivos, em detalhes, às autoridades durante Audiência Pública realizada no Auditório do Sesi, na manhã desta segunda-feira, 29, em Mossoró, pela Assembleia Legislativa do Estado, através de preposição do deputado Sousa Neto.
Reativação do Aeroporto Dix-sept Rosado é discutida em Audiência Pública
O major pontuou que se trata de uma pista com ótima extensão, no caso 2 mil metros, e largura regular, ou seja, 30 metros. Em termos comparativos, a pista do Aeroporto Internacional de São Gonçalo tem 3 mil metros de extensão e 60 metros de largura.
O que inviabiliza o aeroporto Dix Sept Rosado para voos com mais de 70 passageiros é a aproximação das casas na lateral da pista e também a existência de 44 prédios na cabeceira norte da pista de pouso. Na cabeceira sul não há obstáculos.
Os demais problemas são pontos que o Governo do Estado, responsável pela estrutura, mesmo sem ter cargos para este fim, pode resolver fácil através do Departamento Estadual de Estradas e Rodagens. Trata-se da construção de cerca, muro, melhorar instalações, sinalizar e iluminar a pista de pouso em toda sua extensão e também nas áreas de estacionamentos das aeronaves.
Mauruzan Ribeiro, no entanto, destacou que existe uma possiblidade da ANAC emitir uma licença especial de funcionamento de um aeroporto com as condições técnicas existentes em Mossoró, porém, para tanto, é preciso um bom projeto mostrando a viabilidade técnica de pousos e decolagens com segurança, mesmo com estes prédios próximos.
Piloto da Força Aérea explica que pista de pouso não é problema
O coronel Luiz Amaro, da Força Aérea, disse que a pista de pouso não é problema para aeroporto em lugar nenhum do mundo funcionar. Só em Mossoró/RN. O Aeroporto Dix Sept Rosado está interditado pela Agência Nacional de Aviação Civil desde o dia 20 de janeiro deste ano.
Para justificar que os 44 prédios pertos do aeroporto em Mossoró não eram problema, o coronel mostrou o caso do aeroporto de Gibraltar, onde a pista principal do aeroporto corta a principal avenida da cidade, no centro da península ibérica.
Mostrou também o caso de San Martin, no Caribe, onde as grandes aeronaves pousam numa pista de 2.300 metros. Mostrou também o amontoado de prédios que cerca o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e a pista quase dentro do mar do Galeão, no Rio de Janeiro.
Ainda exibiu imagens da péssima visibilidade para se aproximar de Congonhas, em São Paulo. Apontou que os problemas observados pela Agência Nacional de Aviação Civil em Mossoró são quase todos de fácil solução. Preocupa ao aviador somente as casas perto da pista.
Destacou que, no caso da existência dos 44 prédios próximos e outros que estão querendo construr, existe solução técnica e até uma licença especial, desde que seja solicitada a ANAC bem fundamentada, mostrando que é possível os poucos e decolagens com segurança.
DER diz que exigências da ANAC são fáceis de serem atendidas
Sobre as exigências da ANAC para permitir a reabertura do Aeroporto de Mossoró, o chefe do Departamento de Estradas e Rodagens do RN, general de exército Jorge Fraxe, mostrou que o que falta para o aeroporto receber voos comerciais é muito pouco.
Pintar com sinalização parte da pista e os locais onde as aeronaves devem parar. Iluminar com material especial a pista, assim como fechar com um muro e cerca toda a extensão. É preciso fazer investimentos também na unidade de embarque e desembarque.
Necessário também fazer um trecho de 5 metros de asfalto usinado. O que Jorge Fraxe reclamou é com relação ao roubo de lâmpadas e cabos do aeroporto pelos moradores próximos. Disse que os moradores arrombam a cerca e os animais entram. Ele pediu ao prefeito Francisco José Junior para fazer uma campanha de conscientização dos moradores da comunidade.
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Fraxe afirmou ainda que é preciso fazer 600 mil metros de muro e 5 mil metros de cerca. O valor do investimento é de R$ 520 mil. “Vamos instalar sensores de movimento e contratar segurança armada para circular dentro do aeroporto em motos”, destaca o general.
O diretor do DER frisou ainda que ao longo das décadas, os moradores próximos ao aeroporto invadiram a área, então da Infraero, tanto de um lado da pista de 2 mil metros cumprimento e 30 de largura, como do outro, estando hoje as casas muito próximas da pista.
Ele Disse que ANAC exige que sejam reservados 150 metros da pista para um lado e 60 metros da pista para o outro. “Isto é para o caso de um avião não consegui pousar, ter um espaço para parar fora da pista que não seja em cima das casas”, explica o general.
Quanto às decolagens, o general disse que as aeronaves poderiam levantar voo no sentido norte sul e pousar no sentido sul norte. Entretanto, a Anac reclama que se o piloto, por alguma razão, precisar arremeter o avião, pode terminar por acertar os prédios no lado norte.