Pela primeira vez, a Petrobras/RN se manifestou publicamente sobre a venda de campos terrestres no estado. Em nota enviada à imprensa, a gerência de comunicação institucional da estatal informou que realizará um processo competitivo para selecionar as empresas interessadas na aquisição dos campos.
“Será realizado um processo competitivo, em que empresas selecionadas com base em critérios objetivos serão convidadas a participar e a Petrobras avaliará os termos e condições das propostas que venham a ser recebidas”, destaca a nota.
Ainda segundo a gerência de comunicação, a venda destes ativos faz parte da estratégia de desinvestimento da Petrobras, “cujos objetivos e metas estão definidos no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 e, conforme práticas de mercado, estimativas de valor são consideradas informações estratégicas e não serão divulgadas antes da conclusão da operação de venda”, diz.
O processo de cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural de campos terrestres envolve 98 concessões de produção, além de seis blocos exploratórios, totalizando 104 concessões terrestres, localizadas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espírito Santo.
A produção total de óleo destes ativos é de, aproximadamente, 35 mil barris por dia, o que corresponde a menos de 2% da produção total da companhia. No RN, estão à venda o Polo Riacho da Forquilha (34 concessões) e Polo Macau (4 concessões).
LEIA MAIS:
Sindicato dos petroleiros do RN diz que vai “enfrentar a situação”
Petrobras coloca à venda campos de petróleo na região de Mossoró/RN
Discussão
Na tarde de ontem (4), o gerente geral da Unidade Operacional da Petrobras no RN-CE, Tuerte Amaral Rolim, se reuniu com diretores do Sindicato dos Petroleiros do RN.
De acordo com o Sindipetro-RN, Tuerte Rolim informou que o volume de petróleo que a Petrobras deverá ofertar, a partir da venda desses ativos, representa entre 25% e 27% da produção total da UO-RNCE.
“Outra notícia negativa para a economia norte-rio-grandense diz respeito à produção offshore. De acordo com o gerente Tuerte, ‘as plataformas marítimas de baixa produção e desabitadas deverão hibernar, com o propósito de aguardar a crise passar’. No jargão da indústria petrolífera, ‘hibernar’ significa paralisar as atividades”, afirma o Sindipetro-RN.
Com relação aos impactos das mudanças na rotina dos trabalhadores próprios lotados nas áreas que deverão ser postas à venda, Tuerte Rolim não deu, de acordo com o Sindicato, respostas concretas. “Disse, apenas, acreditar que ‘a Petrobras criará um programa específico para redistribuição da mão de obra’”, destaca o Sindipetro.