20 SET 2024 | ATUALIZADO 22:22
MOSSORÓ
Cezar Alves - Da redação
14/03/2016 09:51
Atualizado
14/12/2018 02:19

Viroses lotam hospitais de Mossoró e retêm macas do SAMU no HRTM

Média de internação no HRTM era de 110 por dia e atualmente está em 180, com pacientes idosos que demoram mais tempo para se recuperar. Hospital ficou sem espaço, sem camas, sem macas
Cezar Alves

Os hospitais públicos e privados de Mossoró estão lotados em função das viroses. O Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) o quadro é crítico, assim como é nas três Unidades de Pronto Atendimento. Na manhã desta segunda-feira, 14, o quadro se agravou.

Devido à quantidade de pacientes que chegaram no final de semana, média de 180 por dia, o HRTM ficou sem espaço, sem camas, sem macas, passando a reter as macas das viaturas do SAMU com o paciente. São três viaturas e seis socorristas do SAMU parados.

Dessa forma, SAMU Mossoró está funcionando apenas com uma ambulância UTI e outra de transporte de pacientes de Mossoró para Natal. "A demanda é grande demais, são muitas pessoas doentes, especialmente idosos, e o hospital não está dando conta”, diz a socorrista Izabel Cristina.

A socorrista Izabel Cristina, do SAMU, fala sobre a retenção de macas a imprensa.

“Nossa média de atendimento no Pronto Socorro é 110 pacientes e neste final de semana recebemos média dia de 180”, diz o diretor Jarbas Mariano, concordando com as colocações da socorrista. Jarbas Mariano, no entanto, tem explicações para o quadro.

Primeiro ele disse que o HRTM não é o local adequado para receber pacientes crônicos. “O HRTM é de emergência/urgência para atender 60 municípios onde tem aproximadamente 800 mil habitantes e fazemos isto com estrutura ainda da inauguração há 30 anos”, diz.

Jarbas Mariano disse que o cidadão com problemas renais precisa ser tratado num hospital de clínicas médicas e/ou em casa, com apoio do programa Médico da Família. “Como não tem este hospital, o quadro piora e termina no HRTM”, destaca o diretor.

Assista entrevista completa com o diretor Jarbas Mariano sobre a retenção de macas, sobre a reforma do HRTM, sobre o perfil dos pacientes que estão sendo internados, assim como tratou sobre o tomógrafo que parou de funcionar em novembro de 2015 e ainda sobre a reforma da unidade.

Ainda conforme Jarbas Mariano, o outro quadro que também contribuiu com a superlotação do HRTM é com relação aos idosos que estão sendo acometidos das viroses, especialmente dengue. O tempo de internação destes pacientes é maior do que um de trauma.

“Ora, se o cidadão em plena forma física, quando tem a dengue passa de 15 a 20 dias sentindo o corpo todo dolorido, com as articulações comprometidas, imagine você como fica um senhor de 80 anos, já com doenças crônicas, quando infectado com dengue”, destaca o diretor.

Izabel Cristina disse que é preciso que as informações das macas retidas no HRTM cheguem à população para evitar agressões as equipes de socorridas. “Nós queremos prestar o socorro, mas não temos como sair, pois não temos maca”, explica a socorrista.

HRTM aguarda recursos humanos e equipamentos para abrir mais enfermarias

Sobre a falta de espaço no HRTM, o diretor Jarbas Mariano disse que em 2012 o governo do Estado iniciou uma reforma, onde previa a instalação de uma UTI pediátrica, um refeitório, almoxarificado, 36 novos leitos de clínicas e ampliação da UTI adulto.

Entretanto, em 2014, estas obras pararam. Todo o processo teve que ser refeito. Como estava demorando muito para ser concluído e diante da necessidade, a Maçonaria de Mossoró fez uma rifa de um carro e arrecadou dinheiro e está concluindo os 36 leitos de enfermaria.

Para começar a funcionar, Jarbas Mariano disse que precisa de gente, equipamentos e insumos. Esta demanda foi apresentada ao secretário de saúde, Ricardo Lagreca e “ele está empenhando em resolver esta questão o mais rápido possível”, informa.

Uma possibilidade seria aproveitar os 49 servidores do Hospital da Policia Militar, em Mossoró. Esta questão, o secretário Ricardo Lagreca, em contato com o Mossoró Hoje, disse que precisa de uma discussão ampliada para se chegar numa melhor saída.

O Hospital da PM internou 296 pessoas em 2011, 212 em 2012, 124 em 2013, 40 em 2014 e nenhuma em 2015. Atualmente está ocioso, assim como os servidores. No caso, poderiam os leitos serem usados como apoio ao HRTM ou os servidores reforçarem no HRTM.

O secretário destaca em sua fala.

Sobre o restante da obra de ampliação do HRTM, Jarbas Mariano lembra que o deputado Sousa, destinou emenda de R$ 1,8 milhão para o Governo do Estado concluir a ampliação do HRTM. "Não sei como está este tramite para concluir a reforma e ampliação", finaliza o diretor.

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