20 SET 2024 | ATUALIZADO 22:22
MOSSORÓ
Por: Ismael Sousa
12/03/2016 06:41
Atualizado
13/12/2018 00:25

Paixão pelo radioamadorismo ainda persiste em Mossoró

Equipamentos que começaram a ser usados no início do século passado e que serviram de base para toda a comunicação moderna ainda são utilizados para ajudar, fazer amigos e entreter.
Ismael Sousa

Apesar do avanço tecnológico, em plena era do celular e da internet, o radioamadorismo ainda atrai muitos seguidores em Mossoró. Equipamentos que começaram a ser usados no início do século passado e que serviram de base para toda a comunicação moderna ainda são utilizados para ajudar, fazer amigos e entreter.

Antena, rádio e muitas histórias para contar. O agente de segurança Valternandes Meneses, cujo indicativo (prefixo adquirido quando se é atestado radioamador e que identifica a pessoa) é PS7YB, se apaixonou pelo radioamadorismo há mai de 20 anos. Ele conta que a fixação originada pela possibilidade de poder se comunicar, instantaneamente, com qualquer pessoa num raio de centenas e, até mesmo, milhares de quilômetros, foi o que chamou sua atenção para o hobby.

“Comecei no radioamadorismo através de um amigo de infância que tinha um rádio para falar com seu irmão em outra cidade. Sempre me interessei por eletrônica, já que para ser radioamador precisa de um pouco de noção. Eu não considero isso mais um hobby, mas sim um vício”, conta Valternandes.

Ele explica que cada pessoa batiza o nome de sua estação. No caso a dele é chamada de “Estação Albatroz”, mas pode encontrar nomes como “Estação Pelicano” ou “Estação Lobo da Madrugada”. São batizados não oficiais, ou seja, que não são reconhecidos pela Anatel. Ele ressalta que o radioamadorismo em Mossoró ainda é bastante praticado e conta, aproximadamente, com 100 radioamadores habilitados. Mas esse número pode ir além.

Ele conta que para entrar no mundo do radioamadorismo os usuários precisam ser habilitados por órgãos competentes a operar uma estação de rádio nas frequências delimitadas no Brasil, no caso pela Anatel, que é o órgão governamental que regula as telecomunicações.

“Para puder ser um radioamador, é preciso praticamente fazer um concurso público, que são algumas provas elaboradas. Se passar, você ganha uma licença e o certificado de radiooperador. A partir daí você está habilitado a falar entre as frequências de 144.000 MHW até 148.000 MHW. Ninguém pode entrar sem indicativo”, explica Valternandes.

O radioamadorismo é algo tão surpreende que Valternandes conta que já chegou a ouvir uma comunicação por telegrafia do General Tommy Rays Frank, primeiro comandante das tropas aliadas na Guerra do Golfo em 1991.

Ele lamenta o fato de muita gente procurar fazer as provas da Anatel apenas para ouvir a frequência da polícia. “O exemplo são alguns blogueiros que se habilitam com uma única finalidade. Enquanto nós falamos com gente do Brasil inteiro”.

O Certificado de Operador de Estação de Radioamador (COER) é expedido aos aprovados em testes de avaliação da capacidade operacional e técnica para operar estação de radioamador, tendo para os usuários brasileiros o prazo de validade indeterminado.

Compete ao Ministério das Comunicações a renovação e a revogação da Licença de Funcionamento de Estação de Radioamador. As penalidades para os usuários que infringirem das normas estabelecidas vão desde multas até a cassação da permissão de operação da Estação de Radioamador.

O radioamadorismo no Brasil hoje se divide em três classes distintas (A, B e C), sendo o ingresso feito para classe A somente após um ano como classe B.

Para entrar para uma determinada Classe, sempre é exigida a realização de testes. Na Classe C, que é uma classe iniciante, bastam os conhecimentos da Legislação e da Ética Operacional (os interessados podem buscar os textos que estão disponíveis no site da Anatel (www.anatel.gov.br).

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário