20 SET 2024 | ATUALIZADO 14:32
MOSSORÓ
Da redação
28/03/2016 08:53
Atualizado
13/12/2018 02:25

Releitura: projeto implantado na Mário Negócio é destaque no site do CNJ

Segundo o CNJ, o projeto está em consonância com a Recomendação 44/2013, do próprio Conselho Nacional de Justiça, que prevê a possibilidade de remição de pena por meio da leitura.
Agência CNJ

O site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) destaca nesta segunda-feira (28) o projeto “Releitura – Remição pela Leitura e Produção de Texto na Execução Penal”, desenvolvido pela 3ª Vara de Mossoró desde o início do ano e que já contempla 20 detentos da Penitenciária Estadual Agrícola Dr. Mário Negócio.

Segundo o CNJ, o projeto está em consonância com a Recomendação 44/2013, do próprio Conselho Nacional de Justiça, que prevê a possibilidade de remição de pena por meio da leitura.

LEIA MAIS:

Presos de Mossoró leem livros em troca de diminuição da pena

“Para cada obra lida e resenha entregue conforme os critérios estabelecidos no projeto, são remidos quatro dias de pena, com o limite de 12 obras por ano – ou seja, o projeto permite, no máximo, a remição de 48 dias de pena”, destaca o CNJ.

Conforme a Recomendação do órgão, a participação do preso nas atividades de leitura deve se dar de forma voluntária e ele terá prazo de 21 a 30 dias para ler uma obra, que pode ser literária, clássica, científica ou filosófica, entre outras.

Ao final da leitura, o preso deve apresentar uma resenha sobre o livro à comissão organizadora da unidade prisional, que avaliará se o conteúdo está compatível com a obra literária. O resultado dessa avaliação é, então, enviado, por ofício, ao juiz de Execução Penal competente, responsável pela decisão final a respeito da remição.

Livros doados

No Projeto Releituras desenvolvido na comarca de Mossoró, os livros são obtidos por meio de doações e, desde setembro do ano passado, quando foi anunciado, já arrecadou 400 obras. Qualquer preso poderá participar do projeto, desde que apresente a competência de leitura e escrita necessárias, inclusive aqueles que não estiverem sendo atendidos pela escola regular e por outros projetos extracurriculares.

De acordo com o juiz da 3ª Vara de Mossoró, Cláudio Mendes Júnior, que coordena o projeto, para que se tornem aptos a fazer resenhas, os presos participantes do projeto-piloto tiveram oficinas preparatórias, debates e orientação para a leitura ao longo dos últimos quatro meses.

(Foto: Valéria Lima/MH)

Penitenciária Mário Negócio abriga hoje cerca de 750 internos, do regime fechado e semiaberto

“As oficinas são ministradas de forma voluntária pelas professoras da rede estadual que já trabalham na penitenciária e também são responsáveis por avaliar as resenhas”, conta o magistrado.

As resenhas elaboradas pelos presos precisam obedecer a critérios estéticos, limitação ao tema e fidedignidade, proibindo resenhas e resumos que sejam considerados plágio. “Apesar das limitações de ordem prática, por ainda não contarmos com nenhum auxílio material, temos o objetivo de ampliar o projeto para que mais apenados possam participar”, conclui Mendes Júnior.

Com informações da Agência CNJ de Notícias

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário