A crise que está afetando o país nestes últimos anos tem preocupado empresários de vários setores da economia. Inflação, juros e preços altos são os principais responsáveis pelas quedas nas vendas e no baixo consumo de determinados produtos.
Em Mossoró, por exemplo, o comércio varejista enfrenta seu pior momento, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (FECOMÉRCIO/RN).
Entretanto, nem tudo são trevas. O setor de panificação de Mossoró e região caminha na contramão da crise e mantém crescimento considerável. É o que destaca o presidente da Associação dos Panificadores e Similares de Mossoró e Região Oeste, Damásio Medeiros.
“O setor de panificação atravessa crise como todos os setores, mas o fato é que a panificação sente menos. Quando há uma crise dessa magnitude, as pessoas passam muito para a informalidade, e esta informalidade, muitas vezes, está dentro do setor de panificação. É o caso do motoboy, por exemplo, que deixou de entregar pizzas e começa a fazer sua própria pizza para vender, ou da dona de casa que, para ajudar o marido, começa a fazer um bolinho para entregar no mercadinho da esquina. Quando eles fazem isso, passam a fazer parte dos similares informais. Então, a tendência é, na crise, o setor aumentar”, explica.
As padarias também estão adotando novas medidas para driblar o momento difícil, como oferecer café da manhã, almoço e até jantar. Segundo o presidente da associação, este comportamento é uma tendência de mercado criada na região Sudeste.
“Estão chegando aqui na região Nordeste padarias 24h, que oferecem até lanche da madrugada. A gente até brinca que em padaria, hoje, se vende até pão”, ressalta Damásio.
Atualmente, o setor de panificação emprega em torno de 10 mil pessoas, nas padarias e similares de Mossoró. Devido ao crescimento, Damásio Medeiros destaca que existem vagas de empregos para profissionais qualificados.
“Em plena crise, a gente tem vagas. O difícil é encontrar essa mão-de-obra qualificada, por isso que, periodicamente, a associação oferece cursos profissionalizantes para aperfeiçoar esses profissionais tão raros no nosso mercado”, conclui.