16 SET 2024 | ATUALIZADO 15:02
ECONOMIA
Da redação / Banco Central
27/04/2016 07:39
Atualizado
13/12/2018 20:45

BC define nesta quarta a taxa de juros; mercado aposta em 14,25%

Ao subir os juros ou mantê-los elevados, o BC encarece o crédito e reduz o consumo. Os juros altos prejudicam o nível de atividade da economia brasileira e a geração de empregos.
Internet

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (27) e deve manter, pela sexta vez seguida, os juros básicos da economia brasileira estáveis em 14,25% ao ano, segundo previsão dos economistas do mercado financeiro. A decisão sobre a taxa de juros será anunciada na noite desta quarta.

Ao subir os juros ou mantê-los elevados, o BC encarece o crédito e reduz o consumo no país, atuando assim para segurar a inflação que mostrou resistência no ano passado e no início de 2016. Por outro lado, os juros altos prejudicam o nível de atividade da economia brasileira e, também, a geração de empregos.



Juros X Inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 2 pontos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.

A inflação tem desacelerado nos últimos meses, mas ainda continua bem acima do limite máximo: chegou a 9,34% em 12 meses, segundo os dados mais recentes, da prévia da inflação (IPCA-15) em abril.

Porém, os juros também estão altos e o país está em recessão. Se o BC subir ainda mais os juros, corre o risco de fazer a economia encolher ainda mais.

O que dizem os economistas
Segundo o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, para segurar a inflação, o Banco Central "teve que criar uma recessão para segurar o mercado de trabalho e assim fazer com que os salários caiam em termos reais [descontada a inflação]."

"Não me parece razoável supor que o Banco Central vá iniciar um processo de afrouxamento agora das condições monetárias [corte de juros] uma vez que está na frente da curva. Ele deve esperar cair para dentro da meta a inflação de 2016 para matar de vez a questão e aí sim iniciar um afrouxamento mais perene da taxa básica", avaliou Perfeito.

O economista observou que a diretoria do BC pode ser trocada com a eventual queda da presidente Dilma Rousseff e ascensão de Michel Temer à Presidência da República, na esteira do processo de impeachment, mas acrescentou que, nesse caso, a tendência de queda dos juros, nos próximos meses, tende a ser mantida.

Uma eventual troca no BC teria de ser precedida de sabatinas da nova diretoria no Congresso Nacional e da subsequente aprovação dos novos nomes pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal e depois pelo plenário daquela Casa. Por isso, não seria imediata.

Para José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, o Copom deve manter os juros por conta das incertezas domésticas e externas.

"A convergência da inflação para as proximidades de 6,5%, por cima, no fim deste ano, aumenta se a transição política mostrar governabilidade aceitável. O estrago feito pela recessão na inflação, a diluição do choque de tarifas e a trajetória mais comportada do câmbio devem se impor se o cenário político permitir. É possível, assim, pensar em ciclo de queda da Selic a partir de julho", avaliou ele.

Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário